A antiga chefe de gabinete do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, Maria Antónia Barbosa de Araújo, elogiou Frederico Pinheiro, o ex-adjunto do ministério que acusou o atual ministro, João Galamba, de ter querido mentir à comissão de inquérito. Disse que só três pessoas tinham acesso ao plano de reestruturação da TAP e admitiu que falou demoradamente com Pedro Nuno, ao telefone, na passada segunda-feira.
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ouviu, esta quarta-feira, a antiga chefe de gabinete do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Maria Antónia Barbosa de Araújo, que desempenhou as referidas funções até 4 de janeiro deste ano, confirmou que o plano de reestruturação da TAP só estava disponível para três pessoas: o ministro, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, e Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministério que acusou o atual ministro, João Galamba, de ter querido mentir à CPI.
"Era um documento de extrema sensibilidade", justificou Maria Antónia Araújo aos deputados. Nesse sentido, não poderia "circular pelo apoio administrativo do ministério", acrescentou. Sobre o arquivo do ministério, assegurou que eram guardados todos os documentos, "com as garantias de proteção de confidencialidade e de acesso".
A antiga chefe de gabinete de Pedro Nuno - que, agora, desempenha as mesmas funções no gabinete do atual secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco -, também revelou que nunca teve problemas com Frederico Pinheiro, com quem trabalhou entre 2020 e o início de 2023: "Sempre tive uma boa relação de trabalho" com ele, garantiu.
Segundo Maria Antónia Araújo, o ex-adjunto "respondia muito rapidamente de cada vez que o sr. ministro precisava de uma informação". Questionada sobre se este tinha uma personalidade conflituosa, afirmou nunca ter tido "nenhum conhecimento direto" de qualquer episódio dessa natureza.
Sobre se Pinheiro tinha a função de tirar notas em reuniões com entidades externas, a chefe de gabinete frisou que isso "não era uma obrigação", embora Pinheiro tivesse "essa iniciativa". "Muitas vezes", mesmo sem lhe pedir, recebia e-mails de Pinheiro com as notas: "Às vezes até incomodava um bocadinho, porque estava sempre a teclar", acrescentou, rindo-se.