Ana Jorge, antiga ministra da Saúde dos Governo de José Sócrates, defendeu a celebração de acordos entre os setores privado, social e público para tratar doentes não covid. A antiga governante diz que esse passo é importante desde que o SNS não fique "descapitalizado".
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"O envolvimento do setor social e privado pode ser feito", com a condição de ser "contratualizado" com o público, considerou Ana Jorge esta segunda-feira, à saída de uma audiência com o presidente da República, em Belém.
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"Se houver boa relação e diálogo é possível" chegar a acordo, acrescentou a antiga ministra. No entanto, Ana Jorge sublinhou ser necessário encontrar um "equilíbrio" entre os três setores, de modo a não dar azo a "mais desvios" do SNS para os privados, tanto a nível de recursos financeiros como de profissionais.
A antiga ministra socialista considerou não haver "nenhuma questão ideológica" a impossibilitar o envolvimento dos privados, recordando que, "na fase inicial, o setor privado não quis, não entrou no combate à pandemia".
Situação controlada, "apesar de tudo"
Ana Jorge considerou que, "apesar de tudo", a situação atual da pandemia em Portugal "não está fora de controlo", sobretudo se comparada com outros países. No entanto, reconheceu que é necessário algum "reforço" a nível da saúde pública.
A antiga governante também lembrou a necessidade de se pensar nos doentes não covid, vincando a necessidade de os centros de saúde terem "capacidade" de os atender de forma presencial.
Ana Jorge realçou a importância de fazer com que os pacientes não covid não tenham "medo" de se dirigirem aos centros de saúde. Momentos depois voltou a usar essa palavra, falando enquanto profissional de saúde: "Temos de ter cuidado, mas não temos de ter medo".
O presidente da República também já ouviu Luís Filipe Pereira, antigo ministro de dois Governos do PSD, e recebe ainda Fernando Leal da Costa, que também pertenceu a um Executivo social-democrata.