Uso de máscara obrigatório durante as provas nacionais. Lotação máxima de 16 estudantes por cada sala.
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A Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES) aprovou a deliberação que confirma um regime excecional para os alunos infetados com covid-19 ou em quarentena: os que não puderem realizar os exames na primeira fase de provas, que arrancam amanhã, podem fazê-lo em setembro e, ainda assim, concorrer à primeira fase do concurso nacional de acesso, que decorre entre 7 a 23 de agosto.
O regime excecional foi pedido pelo Ministério da Educação e não implica o adiamento das colocações na primeira fase, a 28 de setembro. "É perfeitamente compatível", garantiu ao JN o presidente da CNAES, João Guerreiro.
"Este é um ano absolutamente excecional. Tudo o que fazemos é para tentar garantir a igualdade entre os candidatos", frisou.
diretores preocupados
Este ano, os exames apenas contam para ingresso no Ensino Superior e não para a conclusão do Secundário. O objetivo era reduzir o número de estudantes em prova para diminuir os riscos de contágio. Estão inscritos 151 mil, menos 8310 do que no ano passado, e serão feitos menos 90 mil exames.
As melhorias de nota para subir a média do Secundário não são possíveis este ano. No entanto, os alunos podem melhorar as provas de ingresso, frisa o presidente da Inspiring Future, uma associação sem fins lucrativos que trabalha na área da educação. Eduardo Filho assegura que, para muitos alunos, esta é a mudança "mais injusta". "É certo que o peso da específica é superior mas, para cursos como Medicina, a diferença de uma décima na média pode permitir um salto de 60 lugares e o aluno entrar ou não", sublinha.
As normas do Júri Nacional de Exames tornam obrigatório o uso de máscara durante toda a prova. Os alunos só têm de a tirar se o professor pedir para confirmar a identidade. As escolas, garante o vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, terão máscaras para dar mas os estudantes também podem levá-las. As provas podem ser feitas em espaços amplos, como pavilhões, mas cada saco trará 16 exames, o que define a lotação máxima por sala e facilita a distribuição dos alunos, frisa Jorge Saleiro.
Os diretores, assume, estão "preocupados" com a quebra na equidade e o possível "custo" que o ensino à distância, aplicado de forma tão distinta, tal como o regresso às aulas presenciais, possa ter nos resultados. "Os alunos estão preparados. Pode haver conteúdos menos aprofundados, mas nada que dificulte a transição para o Superior", defende. O que para Saleiro a pandemia tornou evidente "é que o modelo de acesso tem de ser revisto" para deixar de estar dependente do Secundário.
CLASSIFICAÇÃO
Itens obrigatórios e as melhores respostas
Para mitigar eventuais desigualdades entre as matérias lecionadas, cada exame terá um grupo de perguntas obrigatórias e outro em que só contam para a nota as melhores respostas. Foi a adaptação feita pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) - responsável pelas provas nacionais - aos exames que já estavam feitos antes de as escolas fecharem por causa da pandemia. O número de questões obrigatórias e opcionais varia de prova para prova: os itens obrigatórios podem variar entre um (Desenho A) e dez (Biologia e Geologia). A estrutura das provas será semelhante.