Ex-secretária de Estado para a Igualdade e plataforma para os direitos das mulheres pedem alterações à lei para que possam ocupar cargos cimeiros.
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As mulheres continuam a ser excluídas dos lugares cimeiros nas autarquias. E são, por norma, remetidas para os terceiros, sextos ou nonos lugares, denunciam especialistas nesta área, que defendem, por exemplo, a imposição da paridade nos dois primeiros nomes das listas.
Rosa Monteiro, ex-secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, que teve na sua alçada as novas leis da paridade em 2019, destacou ao JN que a inevitável negociação entre partidos no Parlamento deixou a legislação aquém do necessário. Foi garantida a paridade dos 40% em todas as autarquias. Mas lamenta que tenha ficado pelo caminho a proposta para que os dois primeiros lugares fossem também paritários. Uma alteração que, agora com a substituição dos autarcas eleitos nas legislativas, teria feito diferença, com mais mulheres a ocuparem presidências. Mas os segundos lugares também continuam a ser domínio masculino e Rosa Monteiro critica a “síndrome do lugar das mulheres”. “Meteram na cabeça que têm de ter o terceiro, o sexto e o nono lugares”, criticou, considerando que os partidos “ainda não interiorizaram o espírito da lei”. A seu ver, há que retomar o processo nesta legislatura para “tornar a lei ainda mais impositiva”.