Nas últimas três semanas INSA apurou 2121 mortes a mais face ao esperado. Primeira semana do ano pior.
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Nas últimas três semanas - entre a iniciada a 18 de dezembro e a terminada a 7 de janeiro, contabilizaram-se 2121 óbitos em excesso. Dos quais 47% na primeira semana deste ano. Com destaque para a mortalidade prematura: a faixa dos 45-64 anos contava, no mesmo período, 172 mortes a mais face ao esperado, num excesso de mortalidade de 30,4%.
Os dados constam do último boletim de vigilância da gripe do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). E mostram-nos que, naquelas três semanas, acumulou-se um excesso de 28,2%, num total de 2121 óbitos (ver infografia), com maior dimensão a partir do final do ano passado. Aliás, e como noticiado pelo JN, nos últimos dias de 2023 o EuroMOMO, que vigia a mortalidade na Europa, colocava Portugal com um “excesso muito alto”, que se manteve na primeira semana deste ano.
Olhando o excesso de mortalidade por determinados grupos etários, os dados do INSA dão conta de 172 mortes a mais face ao esperado nos 45-64 anos (excesso de 30,4%), no que é denominado como mortalidade prematura, ou seja, evitável. Já nos 65-74 apurou-se um excesso face ao esperado de 25,4%; nos 75-84, de 32,7%; e nos mais de 85, de 38,8%. Em linha com as declarações da diretora-geral da Saúde ao “Público”, refere o INSA que a “mortalidade por todas as causas” apresenta valores acima do esperado “nos grupos etários acima dos 45 anos”.
2023 abaixo dos 120 mil
Quanto ao ano que agora findou, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam que, após três anos consecutivos com mais de 120 mil mortes anuais, 2023 fechou abaixo daquela cifra. As estatísticas preliminares apontam para 117 809 óbitos, menos 5,7%, 5,9% e 4,8% face a 2022, 2021 e 2020, respetivamente. Contudo, se comparado com 2019, verifica-se um aumento de 4,9%, com mais 5 466 óbitos.
Por último, confirmam, também, um desagravamento do saldo natural (diferença entre o número de nados-vivos e o número de óbitos). No acumulado até novembro, o saldo natural estava negativo em -27 728, quando em período homólogo de 2022 estava nos -5484.
A reter
Excesso desde o Natal
De acordo com o eVM - sistema de vigilância da mortalidade em tempo real -, desde o dia 24 de dezembro que Portugal está com excesso de mortalidade, com um máximo de 47,4% a 2 de janeiro. Nos últimos sete dias, contabilizam-se 638 óbitos em excesso.
Óbitos ao mês
No ano passado os óbitos mensais estiveram acima dos 10 mil em janeiro, fevereiro, março e dezembro, quando em 2022 apenas em três meses ficaram abaixo daquele valor.