Falta de casa é "sufoco" e por isso centenas gritaram no Porto a plenos pulmões
"Umas paredes e um teto: é só isto que eu peço". O desígnio basilar, inscrito na Constituição da República, foi neste sábado transformado em grito de revolta, no Porto, onde centenas de pessoas se uniram pelo direito à habitação. A manifestação "Casas Para Viver" decorreu em 22 cidades portuguesas.
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Passaram-se oito meses desde o último protesto "Casas Para Viver", mas as reivindicações permanecem inalteráveis. Numa manifestação com menos fulgor do que em janeiro, que tinha como trunfo a aproximação das eleições legislativas, a insatisfação de milhares de pessoas, desesperadas por uma casa digna a um preço acessível, continua a fazer-se ouvir nas ruas. "Honestamente, não mudou nada. A única coisa que pode eventualmente ter mudado é a insatisfação das pessoas e o sufoco por encontrar uma casa", lamenta Raquel Ferreira.
A porta-voz do núcleo do Porto do movimento "Porta a Porta" garante que a crise da habitação é cada vez mais global e mais complexa: não afeta só idosos ou jovens, imigrantes ou famílias monoparentais. A realidade constatou-se na Praça da Batalha, de onde partiu a manifestação portuense, com rostos de todas as idades unidos pela estabilidade.