Um país está a funcionar com cerca de metade do efetivo necessário de conservadores e oficiais dos registos, com serviços fechados ou um número limitado de senhas diário e com sistemas informáticos e equipamentos obsoletos, sobretudo nos distritos do Interior e nas ilhas.
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Sem resposta das conservatórias nos seus concelhos, muitos moradores do Interior têm de andar, de porta em porta, até conseguirem uma marcação, por vezes a muitos quilómetros da zona de residência.
Situação que sobrecarrega os balcões das zonas mais urbanas e do Litoral, deixando os trabalhadores “em burnout”. Este é o cenário descrito pela Associação Sindical dos Conservadores dos Registos e pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado. Olímpia Campos sentiu essas dificuldades na pele e atravessou Portugal para poder concretizar o divórcio com partilha de bens (leia aqui a reportagem "Olímpia fez 500 quilómetros para conseguir o divórcio"). Os trabalhadores do setor têm, em média, 59 anos e o número galopante de saídas por aposentação continua a sangrar os serviços. O JN pediu esclarecimentos ao Ministério da Justiça, mas não obteve resposta.