Contingente privado deverá ser semelhante ao do ano passado. Plano sazonal de imunização arranca em setembro para maiores de 65 anos.
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As farmácias portuguesas vão comprar cerca de 700 mil vacinas para a gripe, uma quantidade que será similar à disponibilizada no ano passado. O plano de vacinação para o outono/inverno deste ano e de 2023 arranca dentro de um mês, a 5 de setembro, mas, até ao momento, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) aguarda por mais informações sobre a campanha de vacinação.
O contingente privado de vacinas contra a gripe nas farmácias está disponível para a venda ao público, embora mediante prescrição médica e sujeita a comparticipação. Em anos anteriores, chegou mesmo a haver uma corrida às farmácias. Por exemplo, em 2021, em 18 dias, foram vendidas mais de 610 mil vacinas.
"Sobre o número de vacinas disponíveis no contingente privado das farmácias, o que sabemos, neste momento, é que será, pelo menos, em quantidade similar à do ano passado, altura em que foram disponibilizadas pelas empresas fornecedoras cerca de 700 mil doses de vacinas", explica fonte da ANF ao JN.
Além das vacinas que fazem parte do contingente privado das farmácias, há ainda aquelas que são disponibilizadas pelo contingente do Serviço Nacional de Saúde, que ainda não sabe de quantas serão. No ano passado, foram 200 mil doses. A população elegível é a partir dos 65 anos. A gratuitidade abrange os menores de 65 anos, caso tenham alguma comorbilidade.
No início de junho, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Ministério da Saúde anunciaram, em conferência de Imprensa, que a vacina contra a covid-19 seria integrada no mesmo plano sazonal da vacina da gripe e ambas podiam ser administradas em simultâneo.
À espera da norma
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou que, no caso da vacinação contra a covid-19, deixará de contar quantas doses de reforço os utentes receberam. Todos que integrem a população elegível podem ser imunizados, desde que haja um intervalo mínimo de três meses face à última dose ou à infeção por SARS-CoV-2.
A ANF garante que está à espera da publicação da norma "sobre o arranque da vacinação da população em geral" por parte da DGS. Nem a autoridade de saúde ou o Ministério da Saúde responderam às questões do JN, que procurava obter mais informações sobre o plano de vacinação para o outono/inverno.
Já se sabe que as grávidas e as crianças com patologias serão elegíveis para a vacinação contra a gripe. A inclusão deste grupo no reforço contra a covid-19 está pendente da "análise" da comissão técnica. No total, o Estado vai investir 15 milhões de euros na compra de vacinas contra a gripe. Quanto à imunização contra a covid-19, a ministra da Saúde disse, em junho, haver 6,9 milhões de doses em stock. De acordo com o calendário divulgado, a vacinação arranca a 5 de setembro para os maiores de 80 anos e, na segunda semana de setembro, prevê-se vacinar as pessoas com 70 ou mais anos. Em outubro, será imunizada o resto da população elegível. Graça Freitas diz que se pretende que o processo esteja concluído em dezembro.
Empresas vacinam funcionários
No ano passado, 11 entidades estabeleceram protocolos com 1620 farmácias para administrar a vacina contra a gripe aos funcionários. Entre as empresas que solicitaram o serviço, está a CP, os CTT, a EDP, a EPAL, a Fidelidade e a Jerónimo Martins. De acordo com a ANF, entre outubro e novembro de 2021, foram administradas 4631 vacinas aos colaboradores.
SABER MAIS
Vacina adaptada
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu, em junho, que a campanha de vacinação contra a gripe e a covid-19 pode já incluir vacinas adaptadas à variante ómicron. No entanto, o processo está pendente de validações técnicas.
Farmácias de fora
Também em junho, a ministra da Saúde afastou a possibilidade das farmácias poderem administrar a vacina contra a covid-19, tal como já acontece com a da gripe. A rede de centros de vacinação e de centros de saúde vai assegurar a imunização.
Primeira vez
A vacina da gripe será tetravalente reforçada para os residentes em estruturas residenciais para idosos. Trata-se de uma "vacina especial usada pela primeira vez em Portugal", disse a ministra.