Campanha deve iniciar-se nos centros de saúde no próximo dia 8 e nos lares a 15. Farmácias já têm reservas. EMA pronuncia-se na quinta-feira sobre vacinas adaptadas.
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A campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe está prevista arrancar no próximo dia 8 nos maiores de 80 anos nos centros de saúde e de vacinação. Nos lares, a quem não chegou ainda informação, prevê-se início a partir do dia 15. O plano é apresentado amanhã pelas autoridades de saúde, depois da Agência Europeia do Medicamento (EMA) se pronunciar na quinta-feira sobre as vacinas adaptadas. Nas farmácias, que deverão contar com pelo menos 700 mil doses, há já listas de reserva.
Esta quinta-feira, explica ao JN o vice-presidente da USF - Associação Nacional, estão previstas reuniões com as Administrações Regionais de Saúde e Agrupamentos de Centros de Saúde para definir a estratégia. Não compreendendo Diogo Urjais como é que tendo sido a campanha anunciada em junho, a Direção-Geral da Saúde não publicou ainda a norma relativa à vacinação.
Três milhões de utentes
O reforço sazonal da vacina contra a covid será administrado a pessoas com 60 ou mais anos de idade, numa "população elegível de cerca de três milhões de pessoas". Segundo aquele responsável, ao dia de hoje estava previsto a campanha "começar no dia 8 com os maiores de 80 anos", seguindo-se depois a lógica decrescente por faixas etárias, tal como no passado. Neste momento, diz Diogo Urjais, está a ser "feito o mapeamento dos utentes", para que depois possam ser convocados, nomeadamente por SMS.
Em meados de julho, segundo os dados do vice-presidente da USF-AN, eram 358 os pontos de vacinação (como centros de saúde) a que se somavam 84 centros de vacinação covid. Admitindo que "possam abrir mais alguns locais, mas o objetivo não é esse".
Já as Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas - no passado, as campanhas arrancaram primeiro por estas instituições - não receberam ainda, formalmente, qualquer informação, confirma ao JN o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade. Um processo que deve arrancar a partir de dia 15, avança Diogo Urjais, até porque foram imunizados, no verão, com a segunda dose de reforço.
Reservas nas farmácias
Entretanto, nas farmácias comunitárias, tal como em anos anteriores, há já listas de reserva para a vacina contra a gripe. E se, há dois anos, a oferta não chegou para a procura, agora esse problema não deverá colocar-se. "A informação que temos dos armazenistas é que há excedente", explica ao JN Paulo Pinho, farmacêutico e proprietário da Farmácia Vitália, no Porto.
Na mesma cidade, Pedro Silva, farmacêutico-adjunto da direção da Farmácia Barreiros, diz ter já cerca de 300 pessoas em lista. "No ano passado não houve problemas com a dispensa, mas há dois anos houve escassez e as pessoas lembram-se disso e previnem-se", adianta aquele responsável, que começou a receber pedidos de reserva em junho.
Quanto ao calendário, não há ainda informações, admitindo Pedro Silva que, como em anos anteriores, a vacinação nas farmácias arranque em meados de outubro. Ao JN, a Associação Nacional de Farmácias esclarece aguardar ainda "pela publicação da norma" e que o número de vacinas no contingente privado será, "pelo menos", igual ao do ano passado: cerca de 700 mil doses.
À lupa
À espera da EMA
A decisão de quinta-feira da EMA e a capacidade de produção da indústria será fulcral para fechar as linhas do plano a apresentar amanhã pelo Executivo. Em causa, a aprovação de dois pedidos de vacinas mRNA covid adaptadas (Moderna e Pfizer) que se aproximam da cepa original e da subvariante BA.1 da ómicron.
Elegíveis para reforço
Residentes em lares; pessoas com 60 ou mais anos; pessoas com 18 ou mais anos e pelo menos uma das comorbilidades identificadas pela DGS; profissionais de saúde e lares; adolescentes com 12-17 e pelo menos uma das comorbilidades. Na imunização contra a gripe, nos grupos de risco estão os residentes em lares, profissionais de saúde do SNS, grávidas e pessoas com 65 ou mais anos.