A Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros pediu ao presidente da República para que sensibilize o Governo para pôr fim ao boletim epidemiológico diário sobre a covid-19, considerando que esta informação produz um efeito negativo na população.
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"Deve-se acabar com o boletim epidemiológico porque a informação é tão constante, absorvente e inútil que produz diretamente um efeito negativo na população, que não vai aos hospitais e centros de saúde", disse aos jornalistas o porta-voz da Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), José Correia Azevedo, no final de uma audiência com o presidente da República.
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José Correia Azevedo considerou que a informação que consta do boletim, número de mortos e novos casos, é "de tal maneira prejudicial que as pessoas esquecem-se que têm patologias muito mais agressivas do que aquelas que a covid-19 comporta".
O porta-voz da FENSE pediu a Marcelo Rebelo de Sousa para sensibilizar o Governo para "acabar imediatamente" com o boletim epidemiológico.
O sindicalista referiu que há doentes a fazer tratamentos de doenças graves com medo de ir aos hospitais porque "têm medo de serem contagiados".
José Correia Azevedo defendeu que não se deve acabar com as estatísticas, mas seria importante ter um certo cuidado na sua divulgação.
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A audiência da FENSE decorreu no âmbito de uma ronda que o presidente da República está a realizar sobre o desenvolvimento da pandemia de covid-19 em Portugal, com várias personalidades ligadas ao setor da Saúde e setor social e que já incluíram ex-ministros, ordens profissionais, sindicatos e associações.
A FENSE foi a segunda estrutura que o chefe de Estado recebeu esta sexta-feira à tarde, depois do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.