Federação Nacional de Educação diz que Governo é incapaz de resolver violência nas escolas
A Federação Nacional de Educação (FNE) afirmou, esta segunda-feira, que os casos de violência e de indisciplina nas escolas não são um problema novo e que a desvalorização da carreira docente está a contribuir para o avolumar dos casos.
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Em reação à notícia da edição de hoje do JN, que dá conta do número de agressões a professores participadas à GNR está a aumentar este ano, Pedro Barreiros admite que “é um problema que já se arrasta há muito tempo” e que a solução deve “passar por todos”.
O dirigente nota ainda a “incapacidade do Ministério da Educação e do Governo para pôr fim, de uma vez por todas, aos casos de violência”.
Segundo dados cedidos ao JN pela GNR, só no primeiro semestre de 2023, a força de segurança referida recebeu 23 queixas, mais seis do que nos 12 meses de 2022, ano em que as aulas já decorreram normalmente após a pandemia de covid-19.
O secretário-geral da FNE acredita que a falta de recursos humanos nas escolas e a desvalorização da carreira dos docentes são os principais fatores que estão a influenciar o aumento dos casos. “Se temos os professores afastados daquilo que é a sua profissão, entregues meramente a questões administrativas, não será por essa via que vamos conseguir formar os nossos alunos”, afirma.
As dificuldades sociais e económicas das famílias e a impunidade perante o desrespeito das regras de convivência cívica são outros motivos qua a FNE menciona como potenciadores deste fenómeno.
O sindicato considera necessário “dotar as escolas de recursos humanos” e assegurar que “os professores ocupem os seus lugares para que possam trabalhar estas questões com os seus alunos ”.
Este ano já se registaram episódios de violência contra professores no Porto, Felgueiras, Baião e Famalicão. Em abril, uma agressão de um aluno a uma professora na sala de aula, na Escola Básica e Secundário do Cerco do Porto, motivou uma manifestação contra a violência que juntou professores e alunos.