Fidalgo Marques já comprou bilhetes para Bruxelas e nem os quatro gatos ficam para trás
Ações de campanha do PAN passaram por associações de animais, na Maia, e pelo Estuário do Douro, em Gaia.
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São pouco mais de 200 metros que separam o Cantinho do Tareco da Associação Amigos Picudos, na Maia. O local ideal para Pedro Fidalgo Marques arrancar o quarto dia de campanha, acompanhado novamente por Inês Sousa Real. O cabeça de lista do PAN às europeias quis dedicar a jornada à “proteção da biodiversidade”, colocando o foco nos Animais e na Natureza.
Com um sol abrasador, cumprimentou alguns apoiantes que o esperavam à porta do gatil e não tardou a entrar no espaço exíguo. “Ficava aqui o resto do dia, não há mais campanha”, atira, mesmo depois de ser recebido por um gato “mal-humorado” – o Teófilo. Mas não se deixa intimidar. É visível o à-vontade que tem e facilidade em interagir com estes animais.
Troca carinhos, pega ao colo e deixa sempre bem patente o exemplo próprio. “Tenho quatro gatos, três foram resgatados da rua”, e nem a ida para Bruxelas o “assusta”, admite. “Os gatos vão comigo. Não será fácil, mas é algo não prescindo, não se deixa a família para trás”.
Contudo, rapidamente vira o foco para a associação que enfrenta dificuldades para pagar “as despesas veterinárias” e dar respostas a todos os “pedidos de ajuda”. “Há cada vez mais senhorios que não aceitam animais de companhia”, aponta Ângela Lima, presidente da Associação Amigos Picudos, que acorre a “cinco ou seis” pedidos de ajuda por dia e despesas “superiores a 100 mil euros”.
“Não faz sentido as famílias quando mudam de casa terem que deixar o seu animal de companhia porque o novo senhorio não permite. A lei tem de ser alterada e tem que se terminar já com essa discriminação”, vinca Fidalgo Marques.
Partido está unido
Já nos Amigos Picudos, o único Centro de Recuperação e Interpretação do Ouriço na Península Ibérica, mantém a mesma tranquilidade a interagir com os animais.
Não se acanha com os picos espinhados dos ouriços e, já à saída, afasta qualquer hipótese de um mau resultado no dia 9 de junho. “Estou confiante na eleição. A estrutura do PAN está unida e estamos a trabalhar para a eleição”, assevera. “Conta com todo o apoio da direção e de todo o apoio da estrutura do PAN. É a única força política que vai levar a defesa dos animais”, acrescenta Inês Sousa Real.
À tarde, o dia da caravana terminou cedo, por volta das 16 horas, em Vila Nova de Gaia, junto da Reserva Natural do Estuário do Douro. Novamente com um grupo de apoiantes discretos é David Simão, de sete anos, que dá o mote da iniciativa: “Que espécies é que podemos encontrar neste estuário?, questiona. “É o futuro candidato do PAN”, ouve-se na comitiva.
Pedro Fidalgo Marques aproveita a deixa e desafia a criança a encabeçar o grupo até a um ponto de observação para vislumbrar algumas espécies, junto ao Douro e com vista para o Porto. “É este o nosso papel de garantir no Conselho Europeu que a estratégia para biodiversidade não tem recuos, porque precisámos de rios com vida”, salienta.
A caravana do PAN segue esta sexta-feira para Águeda. A Madeira e os Açores –onde elegeram deputados– já não entra na rota do partido. A aposta forte para eleger um eurodeputado passa agora por Setúbal.