Força Aérea cancela "Bases Abertas" em linha com aliados e para "não correr riscos"
O Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), Cartaxo Alves, considerou esta quinta-feira que apesar de Portugal estar "na ponta da Europa" não pode "correr riscos", seguindo os aliados ao aumentar o empenhamento militar e fechar atividades ao público.
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"Não podemos ter ou correr riscos, mas principalmente o grande motivo tem a ver com o grande empenhamento e seguir uma linha que todos os nossos aliados na Europa também seguiram, [isto] é, cancelaram todos eles estas atividade", disse o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Cartaxo Alves, quando questionado sobre a suspensão da iniciativa "Bases Abertas".
O responsável falava à margem de uma visita dos ministros da Defesa de Portugal da e Suécia, Nuno Melo e Pål Jonson, respetivamente, à Esquadra 506 da Força Aérea Portuguesa na Base Aérea n.º11, em Beja.
Cartaxo Alves considerou que Portugal poderia "correr riscos" se a Força Aérea estivesse "empenhada numa grande operação" como a iniciativa "Bases Abertas", previstas para este mês e outubro, podendo haver "alguns eventuais atentados" como já ocorreram na Europa.
As questões relacionadas com a segurança na Europa afetam "todos", independentemente de Portugal estar "na ponta" do território, disse.
"Se nos focarmos na Europa, quantos festivais europeus é que foram cancelados este ano?", questionou, respondendo logo de seguida: "Todos".
"Portanto, são decisões que não são tomadas isoladamente pelos países, [mas sim] analisadas entre os parceiros", assegurou.
A iniciativa "Bases Abertas" consiste na abertura ao público de várias bases aéreas da Força Aérea pelo país, para demonstração de capacidades e várias atividades, como os tradicionais "batismos de voo" em que os cidadãos têm a oportunidade de voar numa aeronave do ramo.
Exercício da NATO
A nova pintura da Esquadra 301 Jaguares para o Tiger Meet 2025
Foto: Força Aérea
O CEMFA acrescentou que o aumento do "envolvimento operacional" nos "últimos tempos", como o apoio à Ucrânia e ao transporte de emergência médica em território nacional, foi outro dos aspetos que motivou o cancelamento das atividades.
"Agora temos aqui quase todas as esquadras de combate da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] num grande exercício que vai começar nesta semana e terminar no dia 30. Portanto, é um empenhamento operacional também adicional à atividade que havia", disse.
O Chefe de Estado-Maior da Força Aérea referia-se ao "Tiger Meet", um dos principais exercícios anuais da NATO.
Por isso, "seguimos na linha de todos os nossos aliados e de todos os países", ou seja, "este tipo de atividades foram canceladas dando origem a mais empenhamento operacional e mais treino operacional", reforçou Cartaxo Alves.
A última base a receber esta iniciativa foi a Base Aérea n.º 1, em Sintra, cuja edição decorreu nos dias 6 e 7. Este ano foram ainda realizadas atividades na Ota, em Ovar, e nas Lages, nos Açores.
As edições previstas para as bases aéreas de Monte Real, Montijo e Beja, no aeródromo de Manobra n.º 3, na ilha de Porto Santo, na Madeira, e no Campo de Tiro de Samora Correia, em Alcochete, foram canceladas.