Militares de 12 nações treinam operações conjuntas com equipamentos inovadores.
Corpo do artigo
O NATO Tiger Meet 2025 (NTM25), o exercício multinacional que decorre na Base Aérea N.º 11 (BA 11), em Beja, desde o último domingo e até ao próximo dia 3 de outubro, reúne 1700 militares empenhados diretamente no exercício e 1400 participantes de 12 diferentes nações. É constituído por várias operações táticas em diversos domínios, visando o reforço da interoperabilidade entre forças aliadas.
Face à inconstância dos tempos modernos, naquilo que é o duradouro confronto entre a Rússia e a Ucrânia, o NTM25 assume-se como um dos mais relevantes exercícios aéreos do mundo, que junta 85 aeronaves, onde se destacam 59 caças, entre os quais F-16, F-18, JAS 39 Gripen, Eurofighter e Tornado, 16 helicópteros e várias aeronaves de transporte, reabastecimento aéreo e de controlo tático, como os aviões E-3A AWACS.
O exercício deste ano distingue-se pela integração inovadora de imagens obtidas por satélites de muito alta resolução, onde o Centro de Operações Espaciais (COT) da Força Aérea Portuguesa (FAP), criado há um ano, com o apoio de entidades parceiras civis, como o ICEYE da Finlândia e o Geosat de Portugal, assume particular revelo.
Sobre o COT, o coronel Pedro Costa, comandante desta subunidade, justificou: "Estamos a trabalhar como uma ferramenta de integração inovadora de apoio às aeronaves. Trata-se de um multiplicador na atividade operacional", acrescentando que, no futuro, vai também ser uma mais-valia "no apoio ao combate dos incêndios rurais", concluiu.
O oficial revelou que no dia 13 de fevereiro de 2026, numa base militar da Califórnia, nos Estados Unidos, "vai ser lançado o primeiro satélite da FAP, com 120 quilos, que depois de aberto terá 3,70 metros". Detalhou que, através de um protocolo com a ICEYE, no Alverca Space Air, "vão começar a ser feitos satélites portugueses", num projeto apoiado pelo PRR.
Por seu turno, o coronel Joel Pais, responsável pela Célula de Execução no NATO Tiger Meet, justificou que os objetivos concretos do exercício "visam coordenar num único espaço aéreo os meios de 12 nações, como um todo, integrando outros domínios, como o espacial. É uma demonstração de treino como se se tratasse de uma situação real", justificou o oficial da FAP.
Criado pela NATO Tiger Association, remontando a 1961, é a quinta vez que Portugal acolhe o exercício, quatro dos quais na BA11, em Beja, sob organização, planeamento e execução da Força Aérea Portuguesa.