A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai iniciar, este mês, a formação online das equipas de saúde escolar que, posteriormente, ensinarão os professores e os funcionários das escolas a atuarem nos casos de alergia alimentar. A medida está prevista no regulamento "Alergia Alimentar na Escola", apresentado no passado mês de fevereiro.
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O documento define que a formação deve ser ministrada em todas as escolas onde existem alunos com alergias alimentares e em todos os estabelecimentos com mais de mil estudantes, mesmo sem situações identificadas. No caso dos alunos com alergia já conhecida e risco de anafilaxia diagnosticado, os encarregados de educação devem coordenar, com as direções das escolas, a disponibilização das chamadas "canetas de adrenalina".
O dispositivo pode ser transportado pelo aluno, "caso este tenha entendimento e treino para o usar".
De acordo com a informação enviada pela DGS ao JN, ao longo deste mês, será ministrada a formação na área da alergia alimentar aos formadores das equipas de saúde escolar dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) e das unidades locais de saúde (ULS). Serão, depois, esses profissionais a formar os docentes e os funcionários dos estabelecimentos de ensino para a "prevenção, o reconhecimento e a atuação no contexto da alergia alimentar nas escolas".
Exercícios de simulação
As equipas poderão assegurar, também, a formação dos funcionários que preparam as refeições, "nomeadamente quanto aos cuidados a ter para não haver contaminação alergénica cruzada". O regulamento prevê, ainda, a distribuição de folhetos e a preparação de "exercícios de simulação com canetas de treino (sem agulha e sem adrenalina)".
Sobre o número de escolas abrangidas pela formação, a DGS explicou, ao JN, que essa "contabilização será assegurada pelas equipas de saúde escolar em cada região", não estando fechado o processo de calendarização das formações". Ainda assim, nota a DGS, "o objetivo será o de, ao longo do tempo, alcançar o maior número possível de escolas", bem como "pessoal docente e não docente".
"Pela sua importância e pelo facto de poderem surgir situações não identificadas previamente, considera-se que esta formação deva ser transversal ao maior número de escolas", reforçou a DGS.
5% das crianças e jovens em idade escolar sofrem de alergias alimentares com um conjunto de sintomas de gravidade crescente, que pode atingir a anafilaxia.