Francisco Assis convencido que Governo resolverá rapidamente corte do apoio alimentar
O presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, mostrou-se esta quarta-feira convencido que o Governo "vai resolver rapidamente" o problema causado pelo corte do apoio alimentar a carenciados, lembrando que com esta nova crise, que ditou o aumento da inflação, há já "pessoas em situações dramáticas".
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O JN noticiou que o Instituto da Segurança Social deu indicações aos centros distritais de todo o país para reduzirem o número de beneficiários do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC) de 120 para 90 mil.
Confrontado com a notícia à margem do encerramento do 6º Congresso do Congresso da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Francisco Assis disse acreditar que a situação "se vai resolver rapidamente".
"No momento da crise anterior houve um aumento significativo desses apoios, na expectativa de que a crise estaria a ser ultrapassada havia uma orientação no sentido da redução progressiva desses apoios, o que é absolutamente normal", disse, acrescentando que, entretanto, "chegou uma nova crise que até tem aspetos mais graves que a crise anterior, porque é uma crise que está a gerar uma forte inflação".
Situações bastante dramáticas
No entender do responsável pelo CES, devido à quebra de rendimentos, em consequência do aumento da inflação, "há hoje pessoas em Portugal que estão a viver situações certamente já bastante dramáticas" e que já terão "algumas dificuldades na aquisição de bens e produtos absolutamente fundamentais", como comida.
"Portanto, é evidente que vai haver uma resposta para isso. Se o Governo esteve atento a essa questão no momento anterior, por maioria de razão, terá de estar atento perante uma crise que desse ponto de vista até porventura será mais grave do que aquela que vivemos com a pandemia", defendeu.
Questionado sobre se o executivo de António Costa teria que recuar no corte do apoio alimentar aos mais carenciados, Francisco Assis escusou-se a falar em recuo, preferiu antes usar a palavra "evoluir".
"É evidente que os recursos do Estado não são infinitos, daí que tenha que haver opções e as opções, do meu ponto de vista, terão que ser sempre no sentido de favorecer os apoios claramente aqueles que são os mais desfavorecidos e essa tem de ser a preocupação central da sociedade portuguesa e do Governo", defendeu, alertando que "a inflação não afeta da mesma maneira todos os setores da sociedade.
"Ela pode ter consequências dramáticas, e porventura até já estará a ter, naqueles que são os mais desfavorecidos e em relação a esses tem que haver uma grande preocupação e haverá com certeza várias respostas. Terá que haver uma resposta identifica aquela que foi dada face à crise anterior", concluiu.