Fuga aos impostos dava para "cinco vezes o aumento extraordinário das pensões"
A coordenadora do BE visitou a feira de Famalicão e reivindicou uma "maior justiça fiscal", que impeça a fuga de impostos das grandes empresas para paraísos fiscais.
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Catarina Martins foi recebida com mimo, beijinhos e elogios, na feira de Famalicão, onde entrou ao lado de Marisa Matias e Joana Mortágua.
"Ela não falha. Cumprimenta-me sempre", Manuel Cruz, o "rei da fruta" de Ribeirão, já a viu por ali em 2015. Conta os microfones que se estendem à sua frente, "um, dois, três...sete, que carga", e dá um beijo à líder do partido enquanto lhe diz "força para a frente".
A comitiva segue por entre caixas com pintainhos, pares de meias e legumes, e Catarina Martins tem no arranque deste antepenúltimo dia de estrada um alvo a atingir: a fuga de impostos.
"Há 630 milhões de euros que fugiram aos impostos das maiores empresas, através de offshores, 630 milhões de euros que as maiores empresas portuguesas não pagaram de impostos que eram devidos. Davam para quase cinco vezes o aumento extraordinário das pensões", reage à notícia do jornal "Negócios" que dá conta da transferência de lucros para paraísos fiscais.
A líder do BE exige uma legislação "mais séria" que "pare com esta fuga dos milionários que não pagam os seus devidos impostos", por forma a garantir maior proteção a "quem trabalhou toda uma vida e paga tanto do seu salário, da sua pensão e tem ainda salários e pensões mais baixas". Considera a candidata que o país precisa "combater o planeamento fiscal agressivo das empresas", para conseguir tributar os lucros ganhos na economia nacional.
"É pequeninha, mas é uma grande mulher", "luta pelos pobrezinhos", "a maioria de Esquerda ou de Direita não interessa", ouve-se no mercado, enquanto Catarina Martins avança numa campanha em que tenta encontrar as pessoas para lhes falar das "propostas e para ouvir toda a gente sobre o que acham importante para este país".