Microrganismos reproduzem-se na humidade, criam colónias, instalam-se em tetos e paredes. Os pulmões sentem o cheiro a mofo e há doenças que surgem ou que se agravam. Asma, pneumonites, infeções, alergias.
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A química é complexa e acontece a um nível microscópico, mas a lógica é fácil de entender. Quando a humidade, aquela quantidade de vapor de água que há no ar, é excessiva dentro de casa, mais de 60%, os fungos crescem à vontade e a olho nu naquelas manchas de bolor nas paredes, nos tetos, nos móveis, entre azulejos. O olfato ressente-se, absorve aquele cheiro a mofo quando se entra num quarto ou se abre um armário. Até pode ser que nada aconteça, mas nem sempre assim é. A humidade e o bolor são causas silenciosas de doenças.
Muita humidade, pouca ventilação em casa, baixa exposição solar, os fungos encontram o habitat perfeito e desenvolvem-se. José Laerte Boechat, imunoalergologista da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), lembra que os fungos estão presentes em praticamente todos os ecossistemas, o contacto dá-se de várias formas, seja através da inalação de esporos em suspensão no ar, seja pela ingestão de pequenas quantidades presentes em alimentos. Por vezes, nada acontece nestas interações, outras vezes, há consequências. “Apesar de inofensivos para a maioria das pessoas, os fungos podem ser responsáveis por diversos problemas de saúde, principalmente infeções fúngicas e doenças alérgicas associadas a fungos”, adianta o imunoalergologista.