Desde finais de julho, foram detetados vários casos de infeção por vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) em aves selvagens em Portugal. Segundo a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) os animais foram recolhidos na Ilha Deserta (Faro), Olhos de Água (Albufeira) e Gafanha da Nazaré (Ílhavo).
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A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) detetou vários casos de aves selvagens, nomeadamente gaivotas, infetadas com gripe aviária do subtipo H5N1, que pode ser transmitida ao homem. As amostras foram identificadas na Ilha Deserta (Faro), Olhos de Água (Albufeira) e Gafanha da Nazaré (Ílhavo).
Contudo, estes casos não afetam “o estatuto sanitário de Portugal que se mantém como país livre de GAAP em aves de capoeira”, lê-se no site oficial da entidade pública. A doença é de notificação obrigatória e qualquer suspeita deve ser comunicada de forma imediata à DGAV.
Já os detentores de aves devem cumprir com rigor todas as “medidas de biossegurança e as boas práticas de produção avícola”, evitando contactos diretos entre animais domésticos e selvagens. Ao mesmo tempo, a DGAV apela também ao reforço da higienização das instalações, equipamentos e materiais e o controlo dos acessos aos estabelecimentos onde se encontram as aves. A manipulação de aves selvagens doentes ou encontradas mortas deve ser evitada, e os casos devem ser reportados aos serviços locais da DGAV para ser feita a recolha das amostras para testagem. A DGAV disponibiliza ainda a aplicação ANIMAIS.
38 focos de gripe em três anos
Segundo os últimos dados disponibilizados ao JN, a DGAV nota que, em 2021 e 2022, foram detetados 32 focos de H5N1: “dez em explorações avícolas comerciais, nove em aves em cativeiro (inclui capoeiras domésticas) e 13 em aves selvagens”. Os surtos foram reportados em vários distritos, nomeadamente em Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém e Setúbal. Já em 2023, foram detetados seis casos em aves selvagens durante os meses de novembro e dezembro: cegonha-branca, gaivota-de-asa-escura e gaivota-de-patas-amarelas.
Quando são detetados focos de gripe aviária, a DGAV ativa um plano de contingência, que consiste na implementação de zonas de restrição sanitária, na occisão das aves (processo que provoca a morte de um animal), na limpeza e desinfeção dos espaços, na eliminação de carcaças e na retirada da carne e ovos do consumo.