Banhistas que não têm lugar nas praias nem sempre entendem os limites de capacidade que é preciso cumprir por causa da pandemia.
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Há praias fluviais que esgotam ainda durante a manhã a capacidade temporária imposta por lei para prevenir a disseminação da covid-19. Quem não consegue aceder protesta. A GNR é obrigada a intervir para acalmar os ânimos.
As maiores enchentes ocorrem ao fim de semana. Nas praias da albufeira do Azibo, em Macedo de Cavaleiros, a capacidade permitida é de 1700 banhistas para a da Ribeira e de 1600 para a da Pegada. A primeira, no domingo passado "às 11 horas já tinha atingido o limite", diz o vereador Rui Vilarinho.
Quem não entrou ficou a reclamar e a GNR teve de intervir para manter a ordem. "Tem sido muito difícil fazer cumprir as regras", continua Rui Vilarinho, que já pediu à Guarda para estar lá de forma permanente.
O capitão Hernâni Martins, relações públicas do Comando da GNR de Bragança, adianta que estão a ser desenvolvidas ações de patrulhamento nas praias fluviais do distrito, de carro, a cavalo ou em bicicleta, conforme as caraterísticas dos sítios. Sempre com o objetivo de sensibilizar para o cumprimento da lei e das normas de segurança. "Até ao momento não há registo de qualquer problema", afirma.
No distrito de Braga, a GNR já foi obrigada a proibir a entrada em duas praias. No último domingo, na praia fluvial do Faial, em Prado, Vila Verde. No início do desconfinamento, em maio, teve de travar entradas na praia do Alqueirão, na barragem da Caniçada, em Terras de Bouro.
Portões ou correntes
"Às vezes as pessoas não compreendem que temos de cumprir a lei", torna o vereador da Câmara de Macedo, que já está a ver que vai "ser cada vez mais complicado" gerir a lotação de duas praias que antes da covid-19 enchiam com 5000 banhistas na Ribeira e 3500 na Pegada. Em último caso será mesmo necessário colocar "uns portões ou umas correntes" para impedir a entrada. "Todos têm de colaborar e cumprir as regras, caso contrário um dia temos de fechar e depois não há praia para ninguém", conclui Rui Vilarinho.
Hélder Saraiva, presidente da Junta de Freguesia de Valhelhas, que gere a praia fluvial desta localidade do concelho de Guarda, ainda não teve motivos para limitar o acesso, pois "as pessoas estão a cumprir", apesar da enchente do passado fim de semana. O que não quer dizer que não possa ocorrer durante o verão, nomeadamente com a chegada dos emigrantes em agosto.
Para já, "foi reforçada a equipa de nadadores-salvadores, os carros já não entram no parque de merendas e foram adotadas todas as medidas recomendadas pelas autoridades".
Pormenores
Avisos
Para além das bandeiras oficiais que indicam o estado da lotação das praias fluviais, a Câmara de Macedo de Cavaleiros tem informação atualizada no sítio na Internet, no Facebook e na rádio local.
Patrulhamento
A GNR de Braga tem 45 praias fluviais para vigiar no distrito. Fonte do gabinete de Relações Públicas confessa que não é possível fazê-lo diariamente, mas tem feito patrulhamento frequente.
Furtos
GNR também está atenta a furtos em carros estacionados junto às praias e atos de vandalismo em estruturas de apoio.