Nadadores-salvadores deparam-se com mais de 100 pessoas na água ao mesmo tempo, nas praias de Gondomar. A Polícia Municipal tenta travar acesso das viaturas e zelar pelos corredores de socorro.
Corpo do artigo
As praias fluviais de Gondomar têm estado permanentemente sobrelotadas nos últimos fins de semana. Os nadadores-salvadores queixam-se de um excesso de gente na praia e na água ao mesmo tempo. A Polícia Municipal (PM) tenta travar o acesso das viaturas às praias mantendo livre o corredor de socorro. A confusão é tanta que há duas semanas uma pessoa foi atropelada na Nacional 108.
"A autarquia faz o que pode com os poucos meios que tem. Resta-nos apelar ao bom senso das pessoas e zelar pela saúde de todos em tempo de pandemia", afirma Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondomar. A PM local tem efetivos para patrulhar e fiscalizar os acessos a uma praia de cada vez. Na semana passada, estiveram na Lomba. Ontem, em Melres. "Estamos aqui a regularizar o trânsito nesta praia mas sabemos que neste momento as outras estão a descoberto. Tentamos fazer o nosso papel", explica no local ao JN o comandante Artur Teixeira. Há uma semana, na Lomba, cerca de 500 viaturas foram travadas no acesso à praia. Em Melres, na tarde de ontem, foram mais de mil.
Os nadadores-salvadores, Hugo Ribeiro e Francisco Vinhas, vigiavam a praia atentamente. "Todos os colegas colocados nas outras praias se queixam do mesmo. É por demais! É muita gente e a nossa preocupação são as pessoas que estão na água. Neste momento, só neste setor estão mais de 100", afirma Hugo.
12412329
Queixas de moradores
As pessoas vêm de toda a zona do Grande Porto, sobretudo de Gondomar, Paredes, Penafiel e Valongo. Mas também há pessoas dos distritos de Aveiro e Coimbra. "Uma vez que, este ano, as pessoas fazem férias cá dentro a fiscalização devia ser mais apertada", considera o nadador-salvador. "Apesar de ter perdido o estatuto de zona balnear há dois anos, a Câmara decidiu manter em Melres e Zebreiros os nadadores-salvadores", diz Marco Martins.
A perda de estatuto deveu-se à qualidade da água do Douro que neste momento, segundo o autarca, já cumpre os parâmetros exigidos, podendo a classificação voltar já no próximo ano.
A intervenção da PM, no entanto, começou depois de chegarem à autarquia queixas de moradores, alertando para o estacionamento abusivo em praças e até na Estrada Nacional 108, após os parques de estacionamento ficarem cheios. "A confusão era tanta que até uma pessoa foi atropelada aqui há duas semanas. Isto não pode ser assim!", considera Eduardo "Ferreiro", residente em Melres. Também o comandante Artur Teixeira considera que a polícia da autarquia "deveria ter apoio nesta tarefa de fiscalização quer por parte da GNR quer da Autoridade Marítima".