Guarda dedica a semana a defender que "A violência não é opção". Ações de sensibilização em escolas, centros comerciais e porta-a-porta.
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"É muito importante que contem casos de violência às autoridades ou aos vossos professores". Este foi um dos principais alertas deixados, terça-feira, pelo comandante do Destacamento da GNR de Matosinhos, capitão Tiago Pacheco, aos alunos do quarto ano, da Escola EB1 do Lidador, na Maia.
Este estabelecimento de ensino foi um dos locais que acolheram as várias ações de sensibilização sobre violência doméstica levadas a cabo pela Guarda, em todo o país.
Para esta quarta-feira, estão programadas iniciativas vocacionadas para a violência no desporto, no âmbito de um programa que, ao longo de toda a semana, defenderá, junto da comunidade, que "A violência não é opção". "As ações de sensibilização na GNR são recorrentes, mas é a primeira vez que o foco está na violência", evidencia o capitão Tiago Pacheco. Segundo o oficial da GNR, o programa "A violência não é opção" envolve todos os comandos da GNR e dedica um dia a diferentes tipos de violência, nomeadamente a que é praticada entre pares, por casais, no desporto, no namoro e contra idosos.
"Cada comando tem uma realidade demográfica distinta. Nós optámos por centrar as ações de sensibilização em escolas e centros de dia", acrescentou o capitão.
Mas haverá iniciativas em espaços públicos, como centros comerciais, ou feitas porta-a-porta. "Temos de adaptar as atividades ao nosso público-alvo", alega o comandante do Destacamento de Matosinhos.
205 detidos
O mesmo responsável justifica a importância destas ações, sobretudo a que incide na violência doméstica, com os números apurados em 2018. "A GNR registou 12 mil ocorrências em todo o país, foram detidas 205 pessoas e apreendidas 881 armas, das quais 511 eram de fogo. A violência doméstica é obviamente um tema que merece destaque no nosso programa de prevenção.
Por outro lado, todos os cursos de formação da GNR abrangem o tema da violência doméstica e todos os postos têm um militar com formação específica para atender vítimas de violência doméstica. A GNR tem ainda núcleos de investigação dedicados à violência doméstica", sustentou.
Manifestações marcadas
Entretanto, a Rede 8 de Março, que junta diversas associações feministas, antirracistas, de defesa de direitos das pessoas LGBT e de imigrantes e de combate à precariedade, vai promover, na tarde de amanhã, manifestações contra a violência doméstica.
As ações de protesto estão marcadas para o Porto, Braga, Coimbra, Aveiro e Lisboa.