A GNR já detetou este ano mais incêndios e fez mais detenções do que no mesmo período de 2021. Dados revelados esta quinta-feira mostram que de 1 de janeiro a 29 de maio foram detetadas 3654 ocorrências de incêndio florestal (um aumento face às 2630 do mesmo período de 2021) e detidas até agora 39 pessoas (face às 26 de 2021.
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O diretor do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, Vítor Caeiro, precisou que estas 39 detenções estão relacionadas com "atos negligentes e não dolosos", ou seja, devido à realização de queimas e queimadas que se descontrolaram e provocaram incêndios florestais.
"Estas mais de 1000 ocorrências foram as ocorrências de janeiro, que se deveram à climatologia muito seca. Este grande número de ocorrências felizmente não tiveram impacto nem na área ardida, nem nos bens ou nas pessoas, mas foi um ano atípico nesta matéria", afirmou o diretor do SEPNA. Vítor Caeiro sublinhou que por "ser atípico" ocorreram mais detenções do que os outros anos, bem como foram identificados mais pessoas e registados mais crimes por incêndios florestais.
Segundo a Guarda Nacional Republicana, nos primeiros cinco meses do ano foram identificadas 378 pessoas, mais 64 do que no mesmo período de 2021, e registados 1.894 crimes de incêndios florestal, mais 389.
Os dados foram revelados durante a apresentação da iniciativa "Portugal Chama. Por Si, Por Todos", criada pela Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e onde foram apresentados os dados relativamente aos incêndios no país. "Desde 2017 que tem descido o número de incêndios no país", afirma Tiago Oliveira, presidente do conselho diretivo da AGIF.
"É importante o envolvimento do público no combate aos incêndios e, para isso, temos de adequar a mensagem aos canais", acrescenta. A AGIF lista outras campanhas que têm sido feitas para públicos diferentes. Como a campanha de limpeza dos terrenos, que decorreu até 30 de abril, ou o projeto "Raposa Chama", que pretende sensibilizar crianças dos 5 aos 12 anos para aprenderem sobre o perigo dos incêndios por meio da brincadeira.
A AGIF diz que a colaboração entre organismos públicos e as 45 empresas participantes tem sido fundamental para o sucesso da campanha "Portugal Chama". Tiago Oliveira também adianta que já está a ser preparada uma evolução da campanha para 2023, ano em que Portugal vai organizar a 8ª "Internacional Wildland Fire Conference", que vai decorrer no Porto entre os dias 16 e 18 de maio.