Chefe do Estado Maior da Armada vai esta quinta-feira à Madeira para se inteirar dos detalhes do caso de insubordinação de 13 militares que ser recusaram a fazer uma missão alegando falta de segurança.
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O Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, garantiu, esta quarta-feira, que o processo de investigação ao caso de insubordinação no NRP Mondego, na Madeira, vai "acabar rapidamente". "Privilegiamos resultados rápidos, mas têm de ser seguros", frisou, depois de garantir que "não há Forças Armadas sem disciplina" e que a Marinha não manda navios para o mar executar missões quando há algum risco para as guarnições".
No dia 11 de março, quatro sargentos e nove praças não embarcaram no NRP Mondego para uma missão de acompanhamento de um navio russo, por consideraram que não existiam condições de segurança para a efetuar.
Esta quarta-feira, em Vila Real, à margem de uma conferência para jovens na Escola Secundária de São Pedro, Henrique Gouveia e Melo esclareceu que "o problema está a ser analisado com todo o detalhe". Antes de se pronunciar mais alargadamente sobre o assunto, o almirante irá, quinta-feira, falar com a sua guarnição na Madeira.
A convicção que o responsável tem é que "não há Forças Armadas em nenhum país sem disciplina" e que esta é "a cola essencial". "No dia em que formos indisciplinados, em que não acreditarmos na linha de comando e em que esta é subvertida, nós ficamos sem Forças Armadas", frisou.
Segundo Henrique Gouveia e Melo "as Forças Armadas são exigentes, obrigam a sacrifícios e a riscos, e a disciplina é essencial enquanto cola das Forças Armadas", e, pela sua parte, irá sempre exigi-la.
Gouveia e Melo salientou ainda que os alegados problemas de manutenção de equipamentos não estão em cima da mesa num momento em que está em causa a falta de disciplina na Marinha. "A Marinha não manda navios para o mar executar missões quando consideramos que esses navios têm algum risco para as guarnições. Quem decide é a hierarquia da Marinha: o comandante, o imediato, os oficiais e depois os sargentos mais antigos. Mas, é o comandante que é o último responsável pelo seu navio. E esse comandante não nos disse que o navio estava em risco de cumprir a missão que nós lhe atribuímos", esclareceu.
Insistindo que se trata de um problema de falta de disciplina, Gouveia e Melo reforçou que "a hierarquia não pode ser substituída por um grupo da guarnição que começa a decidir se faz ou não faz as missões. Senão, podemos cair no ridículo de um dia termos de fazer uma reunião geral antes de cada missão e de braço no ar votarmos se vamos ou não fazer a missão".