Gouveia e Melo vs Cotrim Figueiredo: maçons e "cadastro" partidário na luta pelo mais independente

Gouveia e Melo e Cotrim Figueiredo debateram na RTP
Foto: Pedro Pina
O frente a frente que opôs, esta quinta-feira, Gouveia e Melo a Cotrim Figueiredo transformou-se num concurso pelo título de mais independente. "Não sou maçom", garantiu o almirante, criticado por ter apoiantes de organizações secretas. Por sua vez, acusou o adversário de não ser capaz de promover consensos e deixar a ideologia fora de Belém devido ao passado político.
Corpo do artigo
O pacote laboral que levou a convocar uma greve geral também marcou o debate. Cotrim garantiu que o "promulgaria" e Gouveia Melo disse não ter "a certeza".
Na RTP, revisitaram críticas que têm trocado. Para justificar a sua declaração de independência, Cotrim garantiu que saberá "resistir a todas e quaisquer pressões" que o façam "desviar" do interesse nacional.
Leia também As notas do JN ao debate Gouveia e Melo - Cotrim de Figueiredo
Gouveia e Melo prometeu "segurança, estabilidade e desenvolvimento", alegando ter uma independência que lhe permite "ser exigente" com a governação. "Parece que estamos numas legislativas e não numas presidenciais", atirou contra o ex-líder da IL. E insistiu que um presidente "não partidário ajudará a encontrar soluções" entre várias forças.
A máquina de propaganda de Sócrates
Cotrim respondeu que tem "uma abrangência muito maior" do que a IL e que "não é cadastro ter passado partidário". Além disso, aproveitou para atacar o almirante: "Não tenho ninguém na minha candidatura que tenha um passado partidário como o senhor tem na sua, como altos dirigentes do PSD. Para não falar de outras estruturas dentro da sua candidatura que foram responsáveis pela máquina de propaganda de José Sócrates".
Poder absoluto divide
Gouveia e Melo afirmou que Cotrim "quer levar conceitos ideológicos para a Presidência da República, que não é um conselho de administração". O eurodeputado foi ainda criticado por defender uma revisão constitucional e um poder absoluto de veto de que o almirante discorda.
Leia também Quem ganhou o debate entre Gouveia e Melo e Cotrim de Figueiredo?
O jornalista Vítor Gonçalves abordou a alegada ligação a organizações secretas. "Não sou maçom" e "a maçonaria está espalhada em toda a sociedade", reagiu o almirante. "Ficou-me na cabeça porque os maçons haviam de ter tanto interesse em apoiar uma candidatura tão cedo", retorquiu Cotrim.
Sobre o pacote laboral, Cotrim disse esperar que a greve geral ainda possa ser evitada. E apoiou as mudanças propostas pelo Governo, "favoráveis a ambos" os lados. "Se fosse presidente da República, promulgaria a lei", garantiu. "Nesta fase, ainda não tenho a certeza", respondeu Gouveia e Melo.

