Mendes acusa Cotrim de desonestidade e de "usar piores truques da política tradicional"

Mendes acusa Cotrim de desonestidade e de "usar piores truques da política tradicional"
Foto: José Coelho / Lusa/ Arquivo
O candidato presidencial Luís Marques Mendes acusou o seu adversário Cotrim Figueiredo de desonestidade, indignidade e de "usar os piores truques da política tradicional", negando pressões suas ou da candidatura sobre o antigo presidente da IL.
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Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à feira Decorhotel, em Lisboa, Marques Mendes foi questionado sobre a entrevista ao "Expresso" do candidato apoiado pela IL, Cotrim Figueiredo, na qual este disse ter recebido pressões de outras candidaturas para não ser candidato a presidente, apontando a de Marques Mendes (sem revelar quem o teria pressionado).
"Nunca na vida fiz qualquer pressão junto de João Cotrim Figueiredo. Não falo com ele há mais de dois anos. E também ninguém da minha candidatura alguma vez foi mandatado para ter qualquer conversa com ele nesse sentido. A notícia é, portanto, completamente falsa, fantasiosa e um abuso, uma indignidade", declarou Marques Mendes.
O candidato apoiado por PSD e CDS-PP fez, depois, a sua leitura política sobre estas declarações do antigo presidente dos liberais. "Acontece porque eu estou a subir nas sondagens. E eu já imaginava que, subindo nas sondagens, começavam as falsidades e os ataques pessoais. Só não estava à espera que viessem da Iniciativa Liberal e do candidato da IL", disse.
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Marques Mendes frisou que o candidato da IL "é um dos que se apresenta a dizer que quer mudar e melhorar a forma de fazer política".
"Como se vê ele está a usar os piores truques da velha política tradicional. Isto é uma verdadeira indignidade e uma desonestidade", disse.
Questionado sobre as palavras de Cotrim, na mesma entrevista, de que não sabe se existiram interesses por detrás dos comentários televisivos do antigo líder do PSD, respondeu que apenas tinha um objetivo."Sempre tive um interesse quando comentei durante 12 anos: ser útil ao público. Ter informações, análises e comentários que fossem úteis às pessoas. E é por isso que tinha normalmente mais de um milhão de espectadores e ainda hoje as pessoas têm saudades dos meus comentários, como me dizem na rua", afirmou.
Cotrim mantém que foi pressionado por "apoiantes de Marques Mendes"
João Cotrim Figueiredo reiterou, esta sexta-feira, que foi pressionado por apoiantes de Luís Marques Mendes para desistir da sua candidatura e considerou que a reação do candidato mostra receio com a sua subida nas sondagens.
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao Centro de Apoio Social do Pisão, em Cascais, o candidato reiterou que "houve pressões de apoiantes de Marques Mendes", frisando que, ao denunciá-las, "quis que elas parassem e funcionou".
"Portanto, para mim esse assunto está encerrado. Deixou de haver pressões porque perceberam que esta candidatura é para ir até ao fim, porque tem o seu espaço próprio, não está refém de mais nenhuma estratégia ou candidatura", afirmou.
Sobre a reação de Marques Mendes, Cotrim Figueiredo disse só poder concluir que está a mostrar "algum receio em face da [sua] subida das sondagens e da confirmação" de que a possibilidade de chegar à segunda "não é só real, mas forte".
Sumo de laranja sem laranja
Marques Mendes foi ainda questionado sobre as votações em curso no âmbito do Orçamento do Estado para 2026, que decorrem na especialidade, mas remeteu uma apreciação global para o final do processo. "Acho que o Orçamento ir ser aprovado é uma boa notícia. Como vai ser? Falarei quando as coisas acabarem", disse.
Durante a visita à feira de hotelaria, durante cerca de uma hora, o candidato foi conversando com vários dos promotores presentes, recebendo cumprimentos, e até uma oferta de um sumo cor de laranja, mas que não incluía aquela fruta: de maçã, pera, limão e cenoura. O candidato gostou e até repetiu e, questionado se a aprovação se devia à cor laranja (associada ao PSD), respondeu: "Eu gosto de várias cores, sou abrangente"
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026. Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia.
Às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), André Ventura (apoiado pelo Chega), Catarina Martins (apoiada pelo BE), Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD e do CDS-PP).
Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.
