O Governo aprovou, esta sexta-feira, o alívio às restrições de consumo de água no Algarve. O ministro da Presidência garante que o desagravamento continuará a ser monitorizado e não colocará em causa o abastecimento às populações. Mesmo no atual cenário de seca, garante que há água para um ano de consumo urbano.
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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, defendeu que, "para serem justas e aceites", as restrições ao consumo de água têm de ser proporcionais. "Se chove mais, se a dimensão e o drama da seca diminuem de algum modo, devemos ajustar as medidas". Por isso, tal como já foi anunciado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro na última reunião de monitorização da situação do Algarve, o Governo avançará com o alívio das restrições. A decisão foi tomada, esta sexta-feira de manhã, em reunião do Conselho de Ministros.
"Uma das intervenções decididas hoje é algum alívio destas medidas de restrição, de acordo com os diferentes tipos de consumo. Este ajustamento garante que, mesmo que não chova mais este ano, nem mais uma gota, haverá água para garantidamente um ano de consumo urbano. É um alívio proporcional, obviamente dando prioridade aos consumos urbanos das famílias que recebem a água em suas casas. Mas há, também, alívios nas restrições agrícolas, que estavam particularmente penalizadas, e para o turismo. Este alívio tem de ser permanentemente avaliado", sublinhou o governante.
O sistema de monitorização será feito de dois em dois meses e, "chegando a agosto e havendo uma alteração da situação", será feita uma reanálise destas restrições. A resolução, aprovada pelo Executivo da AD, prevê mais dois grupos de medidas.
O segundo grupo de medidas tem a ver com o investimento adicional de 103 milhões de euros no ciclo da água para reforçar a rede urbana da água para reduzir as perdas, "que são muito significativas", para construir um adutor (que custará 27 milhões de euros) que servirá as zonas de Silves a Portimão, a pensar na produção agrícola e para melhorar aproveitamento das águas residuais.
Em terceiro lugar, serão acelerados os investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência, cuja taxa de execução das medidas de combate à seca no Algarve encontra-se em 5%. Um dos equipamentos financiado pela bazuca é a dessanilizadora.