Mais concelhos nas zonas de maior risco e mais restrições, incluindo a imposição de um recolher obrigatório a partir das 23 horas nesses municípios. Incidência de casos na população mais jovem disparou.
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O Governo apresentou, esta quinta-feira, novas medidas para fazer frente à pandemia de covid-19, que se tem novamente alastrado pelo território nacional. Na conferência de Imprensa do Conselho de Ministros, que contou com um primeiro-ministro à distância devido ao período de isolamento profilático, vários concelhos sofreram um agravamento nas restrições.
Entre as medidas mais gravosas está o recolher obrigatório nos concelhos em risco elevado ou muito elevado, de acordo com a matriz de risco. Assim a partir desta sexta-feira, a circulação na via pública será limitada a partir das 23 horas e até às 5 horas do dia seguinte em 45 concelhos, como Porto, Vila Franca de Xira, Lisboa e Oeiras.
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No mapa de Portugal tornou-se particularmente visível o crescimento do risco da incidência da covid-19. Os concelhos em risco muito elevado passaram de três, na semana passada, para 19 concelhos. Há atualmente ainda 26 concelhos em risco elevado, quando há oito dias eram 14.
Um dos concelhos a recuar no desconfinamento é o Porto, onde vigorará agora medidas como o encerramento de restaurantes, cafés e pastelarias até às 22.30 horas ou a obrigatoriedade do teletrabalho. Óscar Felgueiras, especialista em epidemiologia da Universidade do Porto, disse esta quinta-feira que os festejos de São João poderão ter sido um "fenómeno de supertransmissão".
Relativamente à Área Metropolitana de Lisboa, a proibição de entrada e saída vai manter-se aos fins de semana, a vigorar entre as 18 horas de sexta-feira até às 6 horas de segunda-feira, nos 18 municípios.
Com a vacinação entre os 18 e os 29 anos a arrancar na próxima semana, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, realçou o elevado crescimento de casos entre as faixas etárias mais jovens, que se tornaram "fortes focos de propagação da doença". "Quando olhamos para a evolução da incidência, aquilo que podemos ver é uma incidência mais alta e crescente nos grupos etários dos 15 aos 29 anos, dos 30 aos 34 anos e dos 0 aos 14 anos", avançou.
Para a governante, o certificado de vacinação será um incentivo para os mais novos se vacinarem, uma vez que no futuro poderão aceder a concertos e outros estabelecimentos com aquele documento. A ministra afirmou que "a incidência nos vacinados é muito menor do que nos não vacinados".
Por isso, com o crescente alargamento das vacinas a várias faixas etárias, e os resultados positivos na redução do número de mortes e hospitalizações, todos devem aceitar ser vacinados. "Não temos condições para considerar a pandemia controlada e faço um apelo a todos para que continuem a cumprir as regras e que se evitem comportamentos de risco", acrescentou Vieira da Silva.
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