Governo diz que negociações com médicos continuam, mas não justifica cancelamento
O Ministério da Saúde garante que as negociações com as associações representativas dos médicos vão continuar, mas não esclarece se o motivo para o cancelamento da reunião desta terça-feira com a FNAM se prende com o facto da federação ter anunciado greve para 5 e 6 de julho. A reunião com o SIM mantém-se para hoje.
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O esclarecimento surge após a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) ter anunciado o cancelamento pelo Ministério da Saúde da reunião marcada para esta terça-feira. Em comunicado, a FNAM estranha a decisão e alerta que a greve anunciada para os dias 5 e 6 de julho “é cada vez mais uma inevitabilidade, face à incapacidade do ministro da Saúde em responder aos apelos dos médicos e dos seus doentes".
Em resposta ao JN, o Ministério da Saúde confirmou que o processo negocial com os sindicatos dos médicos continua em “curso” e adianta que as próximas reuniões com a FNAM já estão agendadas para os dias 28 e 29 de junho. Quanto à reunião desta terça-feira, a tutela não explica o motivo do cancelamento. No entanto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, manifestou, na passada sexta-feira, "alguma estranheza e até alguma tristeza" pelo anúncio de uma nova paralisação pela FNAM, quando ainda decorrem "rondas negociais marcadas com os sindicatos".
Ao JN, o Governo acrescenta que a reunião agendada com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para hoje não foi cancelada, reiterando que as próximas rondas negociais estão marcadas para os dias 28 e 29 de junho e incluem a FNAM.
O Sindicato Independente dos Médictos confirmou, ao JN, que pretende respeitar o “protocolo negocial até ao último segundo" e que este prevê a ausência da marcação de greves. Recorde-se que, em cima da mesa, está a revisão das grelhas salariais, a valorização dos médicos nos serviços de urgência e a dedicação plena prevista no novo estatuto do SNS.