Governo "jamais" deixará rede de apoio a vítimas de violência doméstica sem financiamento
A secretária de Estado da Igualdade e Migrações garantiu, esta quinta-feira, que o Governo "jamais" deixará que as respostas da rede nacional de violência doméstica fiquem em causa por falta de financiamento, mesmo perante atrasos da disponibilização de verbas do novo quadro comunitário.
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"Sabemos que nestes processos de quadros comunitários há dimensões que nos ultrapassam e que por vezes atrasam a operacionalização, mas nunca poderíamos colocar em crise o funcionamento da rede", assegurou Isabel Almeida Rodrigues, em Braga, na abertura das IV Jornadas Contra a Violência.
Para responder às "preocupações legítimas" de quem opera nesta rede, a secretária de Estado garantiu que "há um trabalho de todas as áreas [governativas] envolvidas nesta vertente de financiamento para que tudo seja acautelado e possa haver avisos a tempo de dar continuidade ao trabalho que está a ser feito".
"Se por alguma razão algo acontecesse no mundo que nos impedisse de cumprir com os avisos atempadamente, jamais deixaríamos que todas as respostas que estão montadas ficassem sem condições de funcionar", reiterou Isabel Almeida Rodrigues.
A governante deixou uma "palavra de tranquilidade e de confiança" quanto à continuidade destes projetos e garantiu que "o combate à violência doméstica é uma prioridade para o Governo".
"Glorificação da violência"
Na intervenção feita na abertura das jornadas, que decorrem ao longo do dia na Universidade Católica de Braga, Isabel Almeida Rodrigues apontou ainda à necessidade de intensificar o trabalho na prevenção de situações violentas, condenando a "glorificação da violência".
"Todos os dias assistimos não apenas à exposição da violência, mas também à sua glorificação", apontou, considerando que esse é um fenómeno crescente e que ganha cada vez mais expressão nas redes sociais, particularmente junto dos jovens.
A secretária de Estado da Igualdade e das Migrações considera que, "sem nunca diminuir o investimento no apoio às vítimas", a "aposta na prevenção é fundamental", desde logo nas escolas, para combater os estereótipos, promover a igualdade de género e "combater todos os tipos de violência".
"É primordial trabalhar com crianças e jovens aspetos como a integridade pessoal, os direitos humanos, o consentimento e a resolução pacífica de conflitos", defendeu Isabel Almeida Rodrigues.