Governo não vê "nada de errado" no parecer da ERSE sobre construção do gasoduto
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou, esta quinta-feira, que não há “nada de errado” no parecer da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) sobre a construção do gasoduto que integrará o corredor de energia "verde" que vai transportar hidrogénio da Península Ibérica para a Europa.
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"O nosso regulador energético, a ERSE, considerou que se deve aguardar para saber a dimensão do apoio europeu antes de se avançar com a construção do gasoduto que integrará o corredor verde ibérico. Nada de errado", escreveu Duarte Cordeiro, numa publicação na rede social Facebook.
Recorde-se que, na semana passada, a ERSE sugeriu que, antes de se avançar com a construção do gasoduto ibérico, se aguarde para saber o valor do financiamento europeu, considerando "prematura" a aprovação do pacote de investimentos dedicados exclusivamente ao hidrogénio.
"Estando estes investimentos associados a compromissos assumidos internacionalmente relativamente ao corredor de hidrogénio verde europeu que ligará Portugal-Espanha-França, importará, por um lado, clarificar a atribuição de fundos europeus para a sua construção, etapa essencial para a realização da terceira interligação Portugal-Espanha", justifica o regulador no parecer.
O ministro do Ambiente notou que o "o projeto é estratégico" pelo que a REN - Redes Energéticas Nacionais e a Enagás "estão a concluir o processo para o classificar como projeto de interesse comum e para assegurar financiamento europeu". "O projeto não está parado. Vai continuar, dando os passos certos, nos momentos oportunos", resumiu. Duarte Cordeiro salientou ainda que a REN está a concluir um novo estudo de impacto ambiental da construção.
De forma geral, o regulador recomendou "prudência" e "ponderação" nos investimentos previstos na proposta da REN Gasodutos para as redes de transporte de gás entre 2024 e 2033. O plano para a próxima década propõe um montante global de cerca de 882 milhões de euros tendo em conta os vários projetos com vista ao investimento em três infraestruturas - a Rede Nacional de Transporte de Gás (RNT), o Terminal de GNL de Sines (TGNL) e o Armazenamento Subterrâneo do Carriço (AS).
Cabe agora à gestora das redes energéticas nacionais considerar (ou não) as recomendações da ERSE na versão final do plano de investimento para aprovação do Governo.