Governo quer Equipas de Intervenção Permanente disponíveis 24 horas para melhorar combate aos incêndios
O Governo quer criar em todos os concelhos do país Equipas de Intervenção Permanente (EIP) disponíveis 24 horas por dia para aumentar a eficácia do combate inicial aos incêndios rurais, revelou o secretário de Estado da Proteção Civil.
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"Aquilo que queremos é que em todos os concelhos, em todas as associações [de bombeiros voluntários], haja essa primeira intervenção profissionalizada durante as 24 horas", disse Rui Rocha em entrevista à agência Lusa.
Segundo o secretário de Estado, atualmente existem 765 EIP, equipas com cinco elementos que estão em permanência nos quartéis de bombeiros para ocorrer a qualquer situação de urgência e emergência.
O governante referiu que o reforço das EIP já era uma intenção do Governo, mas tem "muito mais relevância" tendo em conta o que se passou com os incêndios deste verão e devido "à taxa de sucesso do ataque inicial" que foi de 93% nos primeiros 90 minutos.
"Incrementar estas equipas de primeira intervenção no sentido de podermos capacitar melhor as associações humanitárias para fazer esse ataque inicial", disse, indicando que atualmente o ataque inicial faz-se com 20 elementos, 15 terrestres e uma equipa de cinco elementos helitransportados, o que é necessário é torná-lo "mais robusto para que se possa ter ainda maior taxa de sucesso nos primeiros 90 minutos".
Rui Rocha avançou também que o Governo está analisar internamente as condições e a possibilidade de aumentar o número de elementos da Força Especial de Proteção Civil para se atingir os 1.000 operacionais em três anos.
A Força Especial de Proteção Civil vocacionada para o ataque "mais musculado" dos incêndios, quando atingem uma maior dimensão, tem atualmente 216 elementos, além dos 64 que estão em formação.
"Estamos a ver as condições e os custos também financeiros que decorrem dessa intenção", disse, considerando que, perante o cenário deste ano, com um período de incêndios de 25 dias seguidos e "muito intensos", é "importante ter uma força especial mais robusta, mais capacitada para se poder fazer o ataque ampliado de uma forma mais musculada".
A Força Especial de Proteção Civil, que sucede à Força Especial de Bombeiros e conhecida por "canarinhos", é dotada de um comando próprio, organizada e inserida no dispositivo operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), dependendo operacionalmente do Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil.