Ministro garante que vai haver tantos meios aéreos de combate a incêndios como em 2022
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou, este domingo, à margem das comemorações do centenário da estância turística da Penha, em Guimarães, que no período crítico dos incêndios florestais, entre julho e setembro, "vamos ter "60 meios aéreos, o mesmo número do ano passado". O ministro explicou a dificuldade de obtenção de meios com a falta de pilotos e a escassez de aeronaves disponíveis no mercado.
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Segundo José Luís Carneiro, o problema para o aumento do número de meios aéreos de combate aos incêndios não é a falta de verbas, mas sim as condições em que se encontra o mercado. O ministro aponta a falta de pilotos e de aeronaves e os preços elevados, provocados por alterações na procura. "Há países do norte da Europa, como a Alemanha ou a Letónia que não conheciam este fenómeno dos fogos e que agora também precisam deste tipo de meios", apontou. "Estamos, neste momento, a preparar uma equipa para ajudar o Canadá, um país que tem meios e que habitualmente não tinha problemas com o fogo", acrescentou. O ministro lembrou também a guerra na Europa, como um fator de "pressão" sobre o mercado.
Mesmo assim, José Luís Carneiro está "em crer que vamos conseguir alcançar o objetivo, que é ter os mesmos meios aéreos do que em 2022. E, se correr bem, acima das expectativas, poderemos ainda reforçá-los, mas estamos dependentes do mercado", assegurou o governante.
50 aeronaves já estão no terreno
Neste momento decorrem negociações em Portugal e na Europa, "para termos os meios indispensáveis no combate aos incêndios entre 1 de julho e 30 de setembro, período tido como crítico", disse. De acordo com José Luís Carneiro, neste momento já estão operacionais, 50 meios aéreos e até ao início de julho deverão ficar disponíveis mais 10, igualando o número de meios do ano anterior.
Por outro lado, José Luís Carneiro afirmou que há um novo tipo de "incêndios extremos que em certos momentos não é possível combater, apenas controlar. "Há 15 dias, Espanha teve que evacuar duas mil pessoas", apontou. O MAI lembrou a tríade que os bombeiros mais temem no que se refere a incêndios: mais de 30 graus, menos de 30% de humidade e vento a soprar a mais de 30 quilómetros por hora. "Em 2022 tivemos 47 graus de temperatura, 10% de humidade e vento a 60 quilómetros por hora", disse, alertando para o aumento da frequência destes fenómenos extremos.