O Governo vai recuar e prepara-se para negociar com os sindicatos a contagem dos mais de nove anos serviço que estiveram congelados.
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A garantia foi dada pela secretaria de Estado Adjunta da Educação, esta quarta-feira, no debate sobre o Orçamento da Educação.
"Vai haver uma forma de a contagem do tempo de serviço ser de alguma forma recuperado. Veremos com os sindicatos como se fará o faseamento", respondeu Alexandra Leitão depois de questionada pela deputada do PSD, Nilza de Sena.
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O primeiro-ministro afirmou na terça-feira que o cronómetro da carreira dos professores vai voltar a contar para efeitos de progressão, lembrando, no entanto, que a reposição imediata e total dos anos de congelamento custaria 650 milhões de euros.
Esta quarta-feira, no parlamento, Alexandra Leitão reafirmou essa decisão depois de o PSD acusar o executivo de manter "um clima de guerrilha permanente".
"Não é discriminando, não é recusando reuniões até às vésperas", criticou a deputada social-democrata, sublinhando que "as pessoas merecem respeito".
Em resposta, Alexandra Leitão acusou o PSD de ser o primeiro responsável pela distinção da contagem de serviço dos diferentes trabalhadores da Função Pública. "Não deixa de ser curioso que, depois de um Governo que durante cinco anos congelou todas as progressões, venha agora dizer que toda a culpa é de quem decidiu descongelar", afirmou Alexandra Leitão, lembrando que o descongelamento está a ser feito de acordo com as normas criadas pelo anterior Governo.
Os sindicatos foram recebidos na terça-feira no Ministério, véspera da greve dos professores e do debate do Orçamento na especialidade no parlamento. Ao líder da Federação Nacional da Educação (FNE), ao final de terça-feira, foi proposto a contagem dos últimos sete anos de serviço congelados para efeitos de progressão. Na quinta-feira, sindicatos e Ministério contam a reunir e o Governo deve apresentar uma proposta escrita sobre a forma faseada de recuperação do tempo.