A ministra da Presidência afirmou, esta quinta-feira, que o Governo vai acompanhar com "total naturalidade e interesse" a declaração que o presidente da República vai fazer ao país por volta das 20 horas. Mariana Vieira da Silva rejeitou, ainda, a ideia de que haja "um braço-de-ferro" entre o primeiro -ministro e Marcelo Rebelo de Sousa.
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"O primeiro-ministro falou na terça-feira e disse tudo o que havia a dizer no âmbito de uma competência que é exclusivamente sua: a composição de um Governo. É com total naturalidade e interesse que acompanharemos a intervenção do senhor Presidente da República", disse Mariana Vieira da Silva, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
Questionada sobre se a atual situação política foi discutida em Conselho de Ministros, Mariana Vieira da Silva disse que, "o Governo, a cada Conselho de Ministros, dedica-se aos assuntos que estão agendados e também aos assuntos que ocupam a atualidade política".
"O Governo encara com total naturalidade todas as intervenções dos diferentes órgãos de soberania que atuam, de resto, de acordo com aquelas que são as suas competências, exatamente no mesmo espírito desde 2015. A estabilidade política e a boa relação interinstitucional é um elemento fundamental que foi decisivo nos últimos anos do enfrentar de problemas difíceis, como a pandemia. É algo que o Governo defende, respeita e faz tudo para poder contribuir para que permaneça", referiu Mariana Vieira da Silva.
A governante reiterou que na comunicação feita ao país, na terça-feira, António Costa explicou "detalhadamente as razões" pelas quais tomou a decisão de rejeitar o pedido de demissão do ministro das Infraestruturas, João Galamba. A ministra vincou que António Costa, perante uma situação "grave e excecional", tomou uma decisão com base no levantamento que fez. Mariana Vieira da Silva descartou qualquer "braço-de-ferro ou falta de lealdade".
"Rejeito totalmente o pressuposto de uma qualquer atitude não conducente aquilo que sempre procuramos: uma relação institucional entre órgãos de soberania solidária, leal e com base numa procura comum de enfrentar os desafios que o nosso país tem", frisou a ministra.
Mariana Vieira da Silva assegurou, também, que o Governo "mantém absolutamente intocado" a "importância e a valorização" que faz "da boa cooperação institucional".
"Isto é verdade desde 2015 e não mudou: a importância da cooperação institucional, do respeito, da ideia de cada órgão de soberania tem um conjunto de funções e que, nas suas responsabilidades, age no âmbito das suas competências com naturalidade é algo que valorizamos. Consideramos que tem sido, desde 2015, muitíssimo importante e que não deixámos de entender que é muito importante. Muito pelo contrário", acrescentou.