As beneficiárias da ADSE vão pagar mais pelos partos a partir de maio. Os aumentos variam entre os 36 e os 68 euros, dependendo se o parto é normal ou cesariana. As alterações também vão abranger o regime livre e a intenção é controlar “abusos e situações de fraude”. Associação 30 de Julho surpreendida com alterações.
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De acordo com o jornal "Público", as grávidas com ADSE vão pagar mais pelos partos a partir de 1 de maio. O objetivo é conseguir mais convenções com médicos obstetras e facilitar o acesso ao regime convencionado. Assim, um parto normal, que agora custa às beneficiárias 196,6 euros, vai aumentar cerca de 36 euros, para 232,8 euros e inclui honorários médicos, medicamentos, piso de sala e todos os atos que podem ocorrer durante um parto. O parto distócito (com recurso a ventosa e fórceps) vai custar mais 68 euros (o preço sobe de 217,6 para 286 euros). Já uma cesariana passará a custar 345,6 euros (mais 45 euros).
Mas há mais alterações na tabela da ADSE. As consultas de psicologia clínica vão passar a custar mais 18 euros à ADSE e 3,60 euros aos beneficiários. O número máximo de consultas passa de 12 para 24 por ano.
Estas medidas fazem parte das alterações que a ADSE anunciou na tabela do regime convencionado (que abrange os prestadores de saúde que têm convecção com a ADSE), mas também do regime livre (que se aplica aos beneficiários que vão a médicos sem convenção, pagam a totalidade do ato de saúde e receberem o reembolso de uma parte).
E é neste regime livre que a ADSE justifica as alterações com o objetivo de “controlar os abusos e situações de fraude”. Segundo o "Público", as mudanças vão abranger o transporte não urgente de doentes, a aquisição de fraldas para incontinentes (cada unidade custa 88 cêntimos aos beneficiários) e as consultas de psicologia, com a comparticipação a passar de 9,3 para 14,4 euros (limite de 24 consultas por anos e sem necessidade de prescrição médica).
Beneficiários lamentam “falta de consideração”
A associação 30 de julho, que representa os beneficiários da ADSE, mostrou-se surpreendida com as alterações às tabelas que não foram devidamente comunicadas. De acordo com a associação, esta situação é “reveladora da falta de consideração e de respeito que merecem os beneficiários da ADSE, únicos financiadores do seu orçamento e pagadores dos vencimentos dos seus dirigentes”.
Ao jornal "Público", a presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, Helena Rodrigues, avançou que o conselho também só recebeu uma comunicação do conselho diretivo a informar das alterações na última segunda-feira, no dia 8 de abril. Ao mesmo jornal, Diogo Serra Lopes, vogal da ADSE, confirmou que não foi pedido um parecer ao conselho porque não as alterações não são “revisões à tabela”, considerou.
Há ainda a referir que já existem novas medidas em vigor desde 1 de abril. Nomeadamente, o setor social deixou de ter uma tabela de preços própria, passando a aplicar aos prestadores de saúde geridos pelas Misericórdias e por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) a tabela dos prestadores privados.