A greve dos trabalhadores da saúde, convocada para esta sexta-feira, deverá provocar constrangimentos nos hospitais e centros de saúde, nomeadamente no atendimento administrativo e no apoio aos utentes. Até porque, garantem os sindicatos, há "uma grande vontade" por parte dos profissionais em aderir à paralisação. A valorização salarial e das carreiras, bem como a necessidade de contratar mais trabalhadores para o setor, estão entre as principais reivindicações.
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A paralisação inicia-se à meia-noite desta sexta-feira. Dura 24 horas e abrange todos os trabalhadores do setor da saúde, com exceção de médicos e enfermeiros. No caso específico da Região Autónoma da Madeira, por ser feriado, a greve foi antecipada e decorreu esta quinta-feira. De acordo com José Abraão, secretário-geral da Frente Sindical da Administração Pública, na Madeira, a paralisação deixou vários serviços de saúde a funcionar a meio gás. No resto do país, também são esperados constrangimentos.
"Na Madeira, a greve teve um impacto significativo. principalmente junto dos trabalhadores que são mais penalizados: os assistentes operacionais e assistentes técnicos. Há trabalhadores com 35 anos de serviço que ganham o salário mínimo", lamentou o dirigente sindical, revelando que "as pessoas estão disponíveis para a greve".
Elisabete Gonçalves, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais e responsável pela área da Saúde, também admite "constrangimentos" nos serviços. "É esperada uma boa adesão à greve. Temos sentido, por parte dos trabalhadores, que há uma grande vontade de ir para a luta. É a perceção que temos", revelou ao JN.
Entre as principais reivindicações, Elisabete Gonçalves destaca a necessidade de valorização das carreiras, uma questão "transversal a todos os profissionais de saúde". Neste campo, a sindicalista aponta a revisão da carreira dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e a criação das carreiras de auxiliar da ação médica e auxiliar de saúde.
A falta de trabalhadores no setor, a precariedade, a valorização salarial e a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são outras reivindicações. "Sem trabalhadores qualificados e valorizados temos dificuldade em ter um SNS adequado para a população", alertou.