A dias da próxima reunião negocial com o Ministério da Saúde, a Federação Nacional dos Médicos avança com uma greve nacional de dois dias em novembro e uma manifestação. Até lá vai andar uma caravana pelo país a apoiar os médicos que recusem fazer trabalho extraordinário.
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A luta dos médicos por melhores salários e a dignificação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai aquecer.
Em comunicado enviado esta manhã de segunda-feira às redações, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) descreve "a resposta à má fé e irresponsabilidade do Ministério da Saúde (MS) e do Governo".
"Chegámos ao fim de agosto, 28 dias depois da FNAM ter entregue a sua contraproposta no MS relativamente às grelhas salariais, novo regime de dedicação e integração do internato médico na carreira e ainda não obtivemos resposta", refere o sindicato, presidido por Joana Bordalo e Sá.
Assim, para dignificar a carreira médica e o SNS, a FNAM decretou uma greve nacional para 14 e 15 de novembro, com uma manifestação em Lisboa no primeiro dia da paralisação. É a quarta greve nacional de médicos este ano, convocada pela FNAM, depois de março, julho e agosto. Em julho, também houve uma greve nacional convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos, e na semana passada uma greve nacional de médicos internos.
Entre 5 de setembro e 15 de novembro, uma caravana vai percorrer o país e algumas das principais unidades do SNS, com o objetivo de "ouvir os médicos e apoiar a que continuem a entregar as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar além das 150 horas obrigatórias por ano, demonstrando que é urgente uma grelha salarial justa e condições de trabalho dignas para todos os médicos no SNS".
A próxima reunião negocial com a tutela está agendada para 11 de setembro.
Começa no Porto
A caravana começará no Porto na próxima terça-feira, aproveitando um evento da Organização Mundial da Saúde sobre o “O Futuro dos Sistemas de Saúde na era digital” e passará por Viana do Castelo, Braga, Bragança, Chaves, Penafiel, Aveiro, Coimbra, Leiria, Guarda, Viseu, Setúbal, Évora, Faro, acabando em Lisboa, nos dois dias de greve nacional.
No final da greve, da manifestação e da caravana pelo país, a FNAM "irá ainda a Bruxelas, ao Parlamento Europeu e à delegação da Comissão Europeia, onde uma delegação entregará aos deputados portugueses eleitos e à comissária europeia para as questões da Saúde, Stella Kyriakides, um manifesto em defesa de uma saúde pública", refere o comunicado.