Ainda as eleições de junho de 2011 vinham longe e já o cabeça de lista da coligação do PSD/CDS, Manuel Meirinho considerava que governo deveria tomar medidas de descriminação positiva, com alternativas de pagamento de portagens na A23 e na A25.
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Porém, nem o politólogo, natural do concelho do Sabugal, nem os restantes deputados eleitos pelas mesmas forças partidárias intervieram em iniciativas destinadas a pressionar o executivo de Pedro Passos Coelho a concretizar aquele objetivo. Manuel Meirinho viria a abdicar do lugar para presidir ao Instituto Superior de Ciências Políticas e Sociais (ISCTE) e num ano de mandato nunca abordou formalmente o assunto.
O professor João Prata que lhe sucedeu preferiu intervir em questões como o reforço dos cuidados de saúde primários, a reorganização da rede do serviço de urgências e a valorização da escola pública. Os restantes deputados eleitos pela coligação de direita, os advogados Carlos Peixoto e Ângela Guerra (que voltam a recandidatar-se) também ficaram "mudos e quedos" em relação ao tema. Sendo vital para os interesses económicos de toda a beira interior, a questão da diminuição do valor das portagens, serviu igualmente de afronta a Paulo Campos, o único a ser eleito há 4 anos pelo Partido Socialista.
Mas, ironia das ironias, o antigo secretário de estado das obras públicas do governo de José Sócrates, cuja imagem ficou colada à introdução de portagens nas antigas SCUTS, foi o único a interpelar o governo. Sobre as portagens e sobre a construção dos ICS 6,7 e 37, estradas a que, enquanto governante, nunca deu aval. Já quanto às visitas ao distrito na última legislatura, são conhecidas as suas deslocações a Celorico da Beira no dia em que as eleições primárias no PS ditaram a substituição de António José Seguro por António Costa e na segunda-feira passada quando o candidato socialista a primeiro-ministro talvez preferisse a sua socrática ausência do jantar comício.