ERS revela que cerca de metade dos pacientes muito prioritários e prioritários já ultrapassou o tempo de espera legal.
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Cerca de 20 mil doentes esperam por uma consulta de saúde mental nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e os casos mais graves são aqueles que têm pior resposta. Mais de metade (57%) dos utentes classificados como “muito prioritários” e 45% dos “prioritários” já ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido fixado na legislação. O tempo médio de espera de todos os doentes é de três meses e meio.
Os dados constam do relatório “Acesso a cuidados de saúde mental nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde”, realizado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), que será publicado esta quinta-feira e são relativos a final de junho. O documento, a que o JN teve acesso, surge num “contexto de crescente atenção sobre esta área de cuidados” cada vez mais pressionada, sobretudo após a pandemia de covid-19. A análise foca-se na acessibilidade geográfica, na oferta dos serviços, nos cuidados prestados entre 2018 e 2022 e no tempo de espera para atendimento, atualizado ao final do primeiro semestre.