Sensores e realidade aumentada são soluções para ajudar na manutenção dos equipamentos. Especialistas dizem que empresas precisam de investir mais.
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Criar maquetes em 3D e 6D para se ter uma visão global sobre os espaços e equipamentos, instalar sensores que recolhem dados de temperatura em eletrodomésticos ou outros que percebem, por exemplo, a posição real de elevadores e podem alertar para possíveis anomalias.
Há cada vez mais tecnologias ao serviço das empresas e edifícios de pequena, média ou grande dimensões, que têm ajudado à sua gestão e manutenção, diminuindo custos e o impacto das suas atividades no ambiente.
A empresa Valuekeep, unidade de negócio do Grupo Primavera, A Cegid Company, de Braga, está a desenvolver o projeto Cognitive CMMS, em parceria com o Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho, que aposta na realidade aumentada e permite "digitalizar a planta dos edifícios e torná-la em maquetes 3D ou 6D" para dar "uma visão ao gestor da manutenção de onde os equipamentos se encontram", refere João Soares.
Depois, acrescenta o responsável comercial, com recurso à sensorização dos objetos (Internet das coisas), o projeto prevê também que se recolham, em tempo real, "indicadores de temperatura, vibrações, entre outras informações" que podem ajudar na resposta a anomalias.
Na cadeia de restaurantes do chef José Avillez, aproveitou-se a nova tecnologia da Valuekeep e todas as arcas frigoríficas passaram a ter sensores de temperatura. "Quando passa dos valores normais, é criado um alerta ao gestor ou uma ordem de trabalho para um técnico. Já aconteceu este ter chegado lá e a porta do frigorífico estar aberta", exemplifica João Soares, sublinhando o impacto que este tipo de soluções pode ter nos "custos energéticos" dos espaços.
A sustentabilidade tem sido um desígnio das novas construções. Exemplo disso é o World Trade Center, inaugurado há um mês em Oeiras, que aposta num isolamento eficiente, luz natural e fachadas ventiladas.
"Em casa, já temos componentes eletrónicas com tecnologia avançada. O objetivo é levar isso para a indústria, hospitais, centros comerciais e outros espaços", refere o responsável comercial, que marcou presença numa conferência da empresa F3M, em Braga, onde se debateram os desafios na gestão e manutenção de edifícios das cidades.
Pedro Cardoso, consultor de empresas e com vasta experiência na gestão de centros comerciais, admite que "ainda há muita dificuldade em integrar software como solução para os processos". "Alargar a digitalização a vários equipamentos é o desafio atual", enfatiza o especialista.
Os custos de operação e manutenção de um edifício podem representar, anualmente, "1% do custo total do edifício", avança Pedro Cardoso. O sistema de aquecimento, ventilação e ar condicionado "é o grande consumidor de recursos", mas a segurança de pessoas e bens concentra as preocupações dos gestores. O especialista assegura que, nesta matéria, os centros comerciais "estão na linha da frente em termos de boas práticas".
12 tipos de utilização de edifícios
Atualmente, considera-se que há 12 tipos de utilização dos edifícios, que vão desde o habitacional ao estacionamento. Entre outras tarefas, é aos gestores de edifícios que cabe a responsabilidade de assegurar o funcionamento de vários serviços, como limpeza e segurança, e dos equipamentos, como o aquecimento.