A greve dos assistentes operacionais levou ao encerramento de “muitas” escolas em todo o país, prevendo-se que entre “40% a 60%” dos estabelecimentos de ensino estejam encerrados na região Norte.
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A paralisação de três dias foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) para reivindicar uma resposta aos problemas dos trabalhadores das carreiras gerais da função pública, tendo sido dedicada aos assistentes operacionais esta sexta-feira.
“É difícil encontrar hoje uma escola onde não haja um trabalhador em greve. Há escolas encerradas em todo o país, assim como não estão a funcionar muitos outros serviços onde os assistentes operacionais são fundamentais”, disse Sebastião Santana, coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Funções Públicas e Sociais (Frente Comum).
“A esta hora, cerca das 9 horas, ainda é um bocadinho prematuro falar em números exatos, mas já sabemos que estão fechadas, por exemplo, as escolas Alexandre Herculano e Filipa de Vilhena, no Porto, a Escola da Arca e do Canidelo, em Gaia, a Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim, e a de Rio Tinto, em Gondomar. São informações que nos vão chegando, mas sabemos há muitas mais escolas encerradas”, disse Paulo Peres, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), junto à sede do agrupamento do Canidelo, em Gaia.
“Há dias foi conhecido um estudo, do Instituto Nacional de Estatística, que dizia que o ordenado destes trabalhadores é agora menor do que em 2021, ou seja, as pessoas estão a perder poder de compra e a passar dificuldades, é preciso inverter esta situação”, acrescentou.
Referiu também a falta de assistentes operacionais nas escolas, como é o caso, por exemplo, da escola de Rio Tinto, onde recentemente foi realizado um plenário de trabalhadores para exigir mais profissionais da Câmara de Gondomar. Hoje, no âmbito desta greve, os trabalhadores da Escola de Rio Tinto voltaram a manifestar-se, insistindo na reivindicação.
“Este é o culminar de uma greve de três dias das três carreiras gerais de Administração Pública com mais trabalhadores”, salientou Sebastião Santana, durante a conferência de imprensa que se realizou em frente à Cantina Universitária, em Lisboa, que não abriu as portas devido à greve.
Os trabalhadores exigem aumentos salariais que contrariem a contínua diminuição do poder de compra: “Os técnicos superiores perderam 216 euros entre 2010 e hoje, os assistentes técnicos perderam 96 euros e os assistentes operacionais estão numa situação em que o último aumento colocou os seus salários oito euros acima do salário mínimo nacional e passaram a pagar IRS”.
Esta greve de três dias foi dedicada às carreiras gerais da função pública, designadamente aos técnicos superiores, aos assistentes técnicos e aos assistentes operacionais.