Agricultores pedem apoio para investir em tecnologia e mitigar quebras na produção que causa milhares de prejuízos. Festival de Resende começa hoje.
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Com quebras de produção de cereja entre os 50% e os 70%, este é o segundo ano consecutivo em que o clima troca as voltas aos agricultores, deixando um rasto de milhões de euros de prejuízo nos pomares de Alfândega da Fé, Fundão e Resende. O ano de 2024 é o pior desde 2016 nesta cultura agrícola, que é deficitária em Portugal e obriga à importação. Hoje arranca o Festival da Cereja, em Resende.
Este ano foram produzidos 1240 quilos de cereja por hectare. O registo mais negro dos últimos oito anos (em 2016, tinham sido 1158 quilos por hectare), de acordo com o Boletim da Agricultura do Instituto Nacional de Estatística (INE). A quebra na produção, explica o INE, fica a dever-se às condições meteorológicas registadas no final de março e no início de abril, com queda de granizo, geadas, chuvas, ventos fortes e elevadas amplitudes térmicas. “Prejudicaram a floração e vingamento dos frutos. Embora as variedades temporãs tenham sido as mais afetadas, de um modo geral, todas as variedades apresentam menos frutos e de calibres heterogéneos, face a 2023”, pode ler-se no boletim.