O candidato presidencial Henrique Neto convidou o primeiro-ministro, António Costa, a revelar qual a "estratégia para o país" ao nível do emprego e crescimento económico, considerando que o plano a médio prazo deve ser claro.
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Ressalvando que concorda com a reposição "daquilo que foi tirado e alterado pelo Governo anterior", Henrique Neto vincou que "tem que haver uma clarificação e uma estratégia para o país de médio prazo".
"O que se esperaria é que ele [António Costa] dissesse o que vai fazer a seguir, quais são as suas ideias para o crescimento económico, quais são as suas ideias para a criação de emprego, qual é a estratégia do país", afirmou, fazendo o paralelo com um livro da sua autoria -- "Uma estratégia para o país".
Henrique Neto falava aos jornalistas à margem de um encontro com jovens, que decorreu em Lisboa.
"O grande drama, e até tragédia, é que as pessoas não dizem o que vão fazer, nem comentam aquilo que os outros propõem, quer seja eu, quer sejam os próprios empresários, associações empresariais, que têm ideias do que se deve fazer para o país", considerou.
Relativamente ao Orçamento do Estado, o candidato que já foi deputado do Partido Socialista, considerou que "é evidente que um primeiro orçamento dificilmente um Presidente da República poderá chumbar", defendendo que o chefe de Estado "deve dar alguma margem de manobra à maioria para governar, até se ver na realidade como é que vai governar".
Neto distanciou-se, porém, dos candidatos que "prometem sempre coexistir com o atual Governo e a atual maioria", referindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, António Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém.
"Eu digo: não sei, ainda não vi o Orçamento [de Estado]. Presumo que num primeiro orçamento se deve dar o mérito da dúvida, mas não aceitaria que se empurrasse com a barriga os problemas do país", frisou.
Questionado pelos jornalistas relativamente a sondagens hoje anunciadas, que apontam a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta, Henrique Neto foi taxativo: "Se os portugueses forem suficientemente masoquistas para votar no professor Marcelo Rebelo de Sousa, são livres de o fazer".
O empresário referiu também que votar em Marcelo Rebelo de Sousa é ter "uma versão aumentada dos problemas que Cavaco Silva provocou ao país", dado que, na sua opinião, o antigo presidente do PSD "não faz ideia nenhuma como se governa um país".
"Ele nunca governou coisa nenhuma, nem uma mercearia", ironizou.
"Ele é um falante, é um homem simpático, há dez anos que anda a dar música aos portugueses, mas isto não vai com música, o país está na 25.ª hora, temos de recusar e reconsiderar o que queremos fazer deste país", sublinhou.
Em relação ao atual Presidente da República, Henrique Neto lembrou aos portugueses que "acham que ele foi um mau Presidente", que foram eles "que votaram no professor Cavaco Silva".
O candidato criticou também o facto de, na sua opinião, o país continuar em campanha eleitoral para as legislativas.
"Era bom que de uma vez por todas se acabasse com as campanhas eleitorais fora do seu tempo próprio, e as pessoas na Assembleia da República e no país falassem verdade", afirmou.