As misericórdias anunciaram que, perante a eventualidade de o Parlamento vir a aprovar a eutanásia, decidiram tornar público que, nas suas instituições, não a praticarão a nenhum título. Mas se algum doente a pedir, será encaminhado para outra instituição.
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Caso o Parlamento aprove na quinta-feira a despenalização da eutanásia e da morte assistida, as misericórdias Portuguesas não irão praticar nenhum destes atos, lê-se no comunicado enviado esta quarta-feira às redações.
Porém, frisam que, "no respeito pela pessoa humana, e pela liberdade individual, no caso de um utente desejar apoio para colocar termo à vida, as misericórdias facilitarão a transferência desse utente para uma entidade certificada que o possa fazer".
A decisão foi tomada pelo Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, presidido por Manuel de Lemos, que esteve reunido em Boticas. No documento, a instituição lembra que nos últimos 40 anos, as misericórdias "têm consagrado o melhor da sua atividade a cuidar das pessoas, nomeadamente os mais idosos, muitas vezes em situações de extrema dificuldade sempre com o objetivo de lhes assegurar dignidade, cidadania e qualidade de vida".
A União sublinha também a "total disponibilidade para reforçar a sua capacidade de cuidar das pessoas, quer em sede de cuidados paliativos, quer em sede de necessidades paliativas, de modo a criar na sociedade todas as condições para uma vida plena e digna".
Recorde-se que os dois maiores grupos privados de saúde - Grupo Mello (CUF) e Luz Saúde - anunciaram, na passada sexta-feira, que nas suas instalações hospitalares também não seria praticada a eutanásia.