Em Viana rezou-se para que "Portugal não abra a porta à cultura deslizante da morte antecipada"
Uma vigília de oração "pela defesa da dignidade da vida humana" decorreu esta quarta-feira à noite na Igreja de S. Domingos, na cidade de Viana do Castelo. As orações começaram com uma súplica a Deus para que "Portugal não abra a porta à cultura deslizante da morte antecipada".
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Promovida pela organização religiosa Pastoral da Saúde, a iniciativa reuniu cerca de cem pessoas, entre as quais vários sacerdotes. "Decidimos vir esta noite aqui rezar ao Deus da vida, para que a nossa sociedade, governantes e outros, em todas as discussões que possam ter, nunca percam de vista que o nosso bem mais precioso é a vida", declarou ao JN, o padre Vasco Gonçalves, pároco de Nossa Senhora de Monserrate, onde se situa a igreja que acolheu a vigília. Sem cartazes ou qualquer tipo de manifestação visível, a celebração decorreu durante cerca de uma hora entre cânticos, leituras do Evangelho e preces.
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"A questão da vida não é uma questão de campanhas. Não queremos estar aqui a fazer uma vigília como se estivéssemos a fazer uma campanha. Reunimos e rezamos ao Deus que acreditamos", disse, continuando: "Pedimos que Deus seja a luz no coração dos homens e que eles nunca percam o Norte. Morte nunca".
Questionado sobre se defende a realização de um referendo, respondeu: "Preferíamos que a questão da vida nunca fosse discutida". E rogou, em véspera da discussão da despenalização da eutanásia na Assembleia da República, que "Deus e o Divino Espírito Santo inspirem o coração dos nossos governantes para que nunca ponham em causa esse bem mais precioso que é a vida". O Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, não participou na vigília desta noite na cidade. Recentemente, manifestou a sua posição à Rádio Renascença: a eutanásia "é um sintoma de um certo comodismo que se vai apoderando da sociedade" e o atual debate é "um desafio, para os portugueses em geral".
"É um desafio que devemos aproveitar, para criar nas pessoas um respeito muito grande pela vida humana, não apenas em relação a este aspeto em concreto mas em geral", disse D. Anacleto Oliveira.