Centenas de idosos saem esta sexta-feira à rua para celebrar a velhice e reivindicar melhores condições de vida. A habitação, as baixas pensões e a falta de mobilidade continuam a fazer parte das preocupações dos mais velhos. A Jornada nacional, organizada pelo MURPI, divide-se entre o Porto e Lisboa.
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O Dia do Idoso celebra-se a 1 de outubro. No entanto, este ano o MURPI - Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos - decidiu fazer diferente e estender as celebrações até ao final do mês. Esta sexta-feira centenas de idosos, pensionistas e reformados vão sair à rua para celebrar a vida. As duas ações, marcadas para as 14.30 horas no Porto e em Lisboa, vão contar com diferentes atividades, como cânticos, marchas e jogos.
“Envelhecer com qualidade de vida, segurança, alegria e tranquilidade”: é o mote da Jornada Nacional. É neste sentido que o MURPI defende sete medidas prioritárias que devem constar da discussão do Orçamento de Estado para 2024. Repor o poder de compra e o aumentar as pensões é “a primeira e mais importante medida”, garante a presidente da direção do MURPI. “Nós pedimos um aumento de 7,5% para todas as pensões, num mínimo de 70 euros”, explica Isabel Gomes. Afirma que travar o aumento das rendas é a segunda preocupação dos idosos.
Uma rede de cuidados
A presidente da MURPI acrescenta uma rede de serviços e cuidados à lista de reivindicações. Além de uma melhor rede de lares, “temos de começar a responder àqueles que querem ficar nas suas casas. Não pode ser só uma questão de higiene, tem que se alargar os apoios a tudo o que uma pessoa necessita para viver com alguma comodidade”, sublinha. O quarto ponto passa pela atribuição de um médico e de um enfermeiro a todos os idosos.
A mobilidade continua também a ser uma das principais preocupações, principalmente fora das grandes cidades, onde a rede de transportes pública é fraca. “A necessidade de transporte de doentes não urgentes é uma das nossas grandes preocupações”, alerta Isabel Gomes.
Movimento associativo
As últimas duas reivindicações prendem-se com a fruição cultural e o movimento associativo. O MURPI entende, por exemplo, que a gratuitidade na entrada dos museus deveria ser estendida a todos os dias da semana. “Não há condições para uma alimentação normal quanto mais para este tipo de coisa. Os reformados também têm direito porque trabalharam a vida inteira”, sublinha Isabel Gomes.
Em relação ao movimento associativo é solicitada “a criação de linhas de financiamento dirigidas à manutenção, operação e construção dos edifícios e dos equipamentos das próprias associações”.