O presidente da IL, Rui Rocha, quer António Costa a prestar esclarecimentos na comissão de inquérito da TAP e entregou, esta manhã de sexta-feira, um requerimento na comissão. Em causa está a intervenção do SIS, que terá sido solicitada após aconselhamento do gabinete do primeiro-ministro.
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Em conferência de Imprensa na Assembleia da República, Rui Rocha recordou as palavras de António Costa na noite em que declarou ao país que não demitiria João Galamba, do Ministério das Infraestruturas, amarrando, assim, o seu futuro político ao do seu ministro. O liberal entende que, da audição desta quinta-feira a João Galamba, ficou claro que houve um aconselhamento do gabinete do primeiro-ministro para a intervenção do SIS no recuperação do computador, junto do ex-adjunto Frederico Pinheiro.
"Há dois factos muito relevantes que se tornaram ontem mais evidentes: houve uma indicação no sentido de ser contactado o SIS na noite de 26 de abril e que essa indicação veio do gabinete do primeiro-ministro, nomeadamente do secretário de Estado Mendonça Mendes. Há uma segunda nota, porventura, ainda mais relevante: o senhor primeiro-ministro tinha dito no sentido de não ter conhecimento da intervenção do SIS. Foi informado, afinal, por volta da 1 hora da manhã pelo senhor ministro João Galamba de tudo o que aconteceu, nomeadamente de que tinha sido solicitada uma intervenção do SIS. Estes dois factos fazem com que a Iniciativa Liberal entregue um requerimento à comissão de inquérito da TAP, para que o primeiro-ministro venha a esta comissão prestar esclarecimentos", anunciou, esta sexta-feira, Rui Rocha, lançando um "desafio" a António Costa, para que venha "pessoalmente" à comissão de inquérito da TAP.
"Bem sei que há a possibilidade de fazê-lo por escrito, por depoimento escrito, mas, na situação em que estamos, a democracia ganharia muito se o primeiro-ministro, num ato de coragem e de transparência, viesse em pessoa à comissão de inquérito da TAP prestar esclarecimentos sobre tudo o que se passou", lançou o liberal.
IL está a dar passos para ser alternativa
Rui Rocha entende que, no caso do Governo de António Costa, já não é possível que acabe o mandato com dignidade. "Não sendo isso possível, a IL tudo fará para que acabem, pelo menos, esse mandato com a maior celeridade possível, porque isso corresponde à vontade dos portugueses". O líder liberal considera que é preciso evitar que o país não se afunde com o primeiro-ministro e João Galamba.
"Há um pântano cada vez mais preocupante na política portuguesa. À medida que esse pântano se torna cada vez mais evidente, a questão da alternativa parece ser cada vez menos um problema. Para o pântano, haverá sempre alternativa. A IL tem dado os passos necessários, mantendo a sua autonomia, com sentido de responsabilidade e com respeito pelos seus membros e os eleitores portugueses que escolheram a IL, para fazer parte dessa alternativa e apresentar um futuro de confiança e de esperança aos portugueses.