Imprensa britânica destaca necessidade de entendimento do PS com partidos pequenos
A insuficiência de votos para uma maioria absoluta em Portugal e a necessidade de entendimento do Partido Socialista (PS) com outros partidos para formar um governo são destacados em alguns jornais britânicos, esta segunda-feira.
Corpo do artigo
Nas páginas da edição impressa, o britânico "The Times" admite que o PAN (Pessoas-Animais-Natureza) pode tornar-se no fiel da balança se o governo rejeitar as condições impostas pelo Bloco de Esquerda e do PCP de aumentar o salário mínimo para 800 euros.
"As sondagens durante a campanha sugeriam que os socialistas estavam a encaminhar-se para uma maioria. No entanto, o partido foi afetado por escândalos incluindo uma polémica sobre nepotismo e o alegado envolvimento de um antigo ministro da Defesa no encobrimento de informação" no caso Tancos, refere o jornal.
Também o "The Guardian" aponta, na sua edição eletrónica, para a importância do PAN, que poderá apoiar o governo socialista se este incluir algumas promessas ambientalistas. Porém, um analista disse àquele diário britânico que o resultado mais provável das negociações para um acordo parlamentar que começam hoje é a continuação da "geringonça".
Também a "BBC" dá destaque ao facto de o PS não ter atingido a maioria absoluta, realçando que primeiro-ministro, António Costa, entendeu como um sinal da vontade dos eleitores de que o seu partido mantenha o pacto com o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU. Porém, acrescenta, "enquanto a extrema esquerda pede mais investimentos em serviços públicos, espera-se que Costa renove o seu compromisso de cumprir as regras orçamentárias da zona do euro".
11366651
Nas eleições realizadas no domingo em Portugal, numa altura em que faltam apenas contar os votos dos círculos da Europa e de Fora da Europa, o PS registava 36,7% dos votos (106 deputados eleitos), o PSD 27,9% (77), o BE 9,7% (19), o PCP/PEV 6,5% (12), o CDS/PP 4,3% (5), o PAN 3,3% (4).
O Chega, Iniciativa Liberal e Livre garantiam um deputado, cada, na próxima legislatura, com, respetivamente, 1,3%, 1,3% e 1,1% dos votos.