Região com 1298 novas infeções por cem mil habitantes. Taxa de crescimento diário está a baixar. Reprodução do vírus também em sentido descendente.
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Portugal continua nos lugares cimeiros na lista de países europeus com a mais alta incidência de novos casos por cem mil habitantes. Com a região Norte em destaque, ao registar uma incidência 90% superior à média do país, após um crescimento de 77% nas duas últimas semanas. Subida essa, sublinhe-se, mais moderada face ao verificado em outubro. O Norte é agora a 17.ª região da Europa com mais novas infeções.
De acordo com os dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), na semana finda a 15 de novembro, Portugal atingia os 681 novos casos a 14 dias por cem mil habitantes. Ocupando, assim, a 11.ª posição no contexto europeu. Espanha encontrava-se três lugares abaixo.
Analisando o território, a região Norte continua carregada a vermelho, tanto no mapa nacional como europeu. Sendo agora a 17.ª região europeia, entre mais de 400, com a mais alta incidência - na semana anterior era a 33.ª, conforme o JN noticiou na altura.
No período em análise, o Norte contava com 1298 novos casos por cem mil habitantes. Um valor em contínua subida em novembro, mas mesmo assim mais moderada do que em outubro.
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Em desaceleração
Vejamos. Os dados do ECDC mostram um crescimento de 409% na região Norte entre as semanas findas a 4 e 25 de outubro. Numa análise a novembro, nas duas últimas semanas, o crescimento foi de 77%. O que corrobora a descida da taxa de crescimento na quinta-feira explicada por peritos na reunião do Infarmed que contou com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa.
Ao JN, o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Carlos Antunes explica que, no mês passado, assistimos a uma taxa máxima de crescimento diário de casos de 11,2%. Altura em que, frisa o matemático, "a duplicação [de casos] foi apenas de sete dias".
Agora, no presente mês, revela, registou-se uma taxa máxima de 6,8%. O que aconteceu no dia 4 e, "desde essa data, tem vindo a descer, estando agora abaixo de 2%". Saindo assim reforçada a "ideia de que o pico possa ocorrer antes do final do mês".
Descida do R
A acompanhar a descida da taxa de crescimento está o indicador R, que nos revela o número médio de casos secundários que resultam de uma pessoa infetada.
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De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), no final da passada semana, o R estava nos 1,10. Ou seja, um infetado gerou, em média, 1,10 casos secundários. Valor que estava nos 1,19 no início do mês passado.
Todas as regiões acompanham esta paulatina descida, com o Norte a registar um R de 1,16 (em outubro estava nos 1,25). Estando, mesmo assim, com "valores de R superiores a 1 nos últimos 113 dias com uma média de 3488 novas infeções por dia", sublinha o Instituto Ricardo Jorge.
As projeções foram já apresentadas ao decisores políticos. Salvaguardando o grau de incerteza que as mesmas acarretam, os cálculos de Carlos Antunes põem o pico no final deste mês, com uma média de 7000 casos diários. Cerca de duas semanas depois, os óbitos médios diários deverão rondar os 90 a cem.